SILVIO MEIRA

23 anotações sobre 2023 [xviii]

Este é o 18° de uma série de textos curtos, de uns poucos parágrafos e alguns links, sobre o que pode acontecer, ou se tornar digno de nota, nos próximos meses e poucos anos. Como há uma tradição de, no fim do ano, pensar sobre as possibilidades do ano que vem, o título fala de… 23 anotações sobre 2023. O texto [Guerra. Eterna?] está no link bit.ly/3B0mysO, o [Inflação. Recessão? E Investimento?] em… bit.ly/3ir4PUR, o [Energia e Descarbonização] em… bit.ly/3gUdD5w, o [Sociedade & Política] em bit.ly/3FrM50P, o [Pessoas & Costumes] em… bit.ly/3H7CAFb, o [Plataformas & Ecossistemas] em bit.ly/3VEcxK3, o [Efeitos de Rede, Escala e Sustentabilidade] em bit.ly/3BjJUK1, o [O Mundo é Figital] em bit.ly/3FEmMJ2, o [Marketing é Estratégia, Figital] em bit.ly/3FfDJrI, o 10° [5G & Internet das Coisas] em bit.ly/3W8yVLC, o 11° [Indústria… 4.0?] em bit.ly/3BpZuUK, o 12° [Inteligência Artificial e Grandes Algoritmos] no link bit.ly/3FJMKdS, o 13° [DADOS, Análises e DECISÕES] em bit.ly/3VXR678, o 14° [BLOCKCHAIN e aplicações] no link… bit.ly/3BAEMBy, o 15° [SEGURANÇA de Informação] em bit.ly/3j0yjct, o 16° [Destruição Criativa, xTech… & Mídia] em bit.ly/3Ysy3Dq e o 17°, [VAREJO, FIGITAL], no link… bit.ly/3Yu0LE3.

Este texto é mais longo que todos desta série, e funde [com pequenas revisões] outros quatro textos já publicados aqui no blog.

Metaverso, pra quê?

O metaverso vai começar “discado”. Isso é ótimo. Porque vai ser criado e acontecer paulatinamente. Não será um big bang de um laboratório ou empresa e… presto!… chegou o metaverso. Como é uma rede -das que pra dar certo tem que ser aberta- será como a internet, ou qualquer outra plataforma complexa que o mundo já viu, desde sempre: uma construção incremental, interativa, iterativa, comunitária, aberta.

Carros chegaram assim. O primeiro, de 1885, Benz Patent-Motorwagen [bit.ly/3yxKAJv] era um triciclo, com transmissão a corrente, sem capota e de um só banco. Não foi por isso que Bertha Benz deixou de fazer a primeira viagem entre cidades na invenção: em 1888, com os dois filhos, dirigiu os 106km de Mannheim a Pforzheim, uma excursão de beta-teste e marketing, que rendeu evolução e adaptação ao veículo e, como Bertha havia pensado, vendas.

O carro, “discado”, de Bertha era um MVP -um produto minimamente viável- e não um protótipo dos veículos atuais… mas demonstrou que era possível -e com vantagens- substituir os veículos a tração animal. O carro dos Benz não propunha nada radicalmente diferente em termos de possibilidades. A versão 3 do MVP levou do nascer ao pôr do sol, num agosto, para percorrer 106km; um coche puxado por uma parelha de cavalos faria a mesma viagem, no mesmo tempo… sem que parte dos ocupantes tivessem que descer do veículo para empurrá-lo nas subidas.

Quase século e meio depois do “carro” Bertha e Carl, não só o sobrenome deles é história da indústria automotiva, mas os carros estão em transformação. E depois de um quarto de século do começo da internet “discada”, que herdou o modo de conexão via modem de baixa velocidade dos BBS [Bulletin Board Systems, bit.ly/3RlPAts] dos anos 1970, por sua vez oriundos dos modems da década de 1950, que funcionavam [como o Bell 101, bit.ly/3yQbUTN] na fantástica velocidade de 110 bit/s. Começar “discado” é um bom sinal, pois é sempre um começo experimental, quando possibilidades tecnológicas, de uso e condições de mercado evoluem todas ao mesmo tempo.

Mas e o metaverso, “discado”? O que muitos estão propondo como experiência, lá, é o equivalente ao emeio como “caso de uso” no começo da internet: fazer, com o novo, uma coisa velha, “mandar cartas”. E cheio de gente anunciando que estamos no metaverso, não o “discado”, mas a coisa mesmo, pronta.

Pra começar, faz sentido pensar num metaverso onde participamos com apenas dois sentidos [visão e audição] associados a teclado e mouse? Claro que não. Mesmo com dois sentidos, um óculos de meio quilo será nossa interface com o visual do mundo de um metaverso? Claro que não.

Acontece que um mundo de gente falando do metaverso parece estar deixando de lado que os “óculos” -uma invenção do séc. XIII- são parte do “discado” do metaverso… até porque quase certamente iremos ver [e interagir com] o mundo virtual usando lentes de contato [antes de implantes cerebrais, claro, lá quando o metaverso deixar de ser “discado”]. A lente [bit.ly/3yxB9Ka] da imagem abaixo tem um ARM M0 e um display de micro LEDs de 14.000 pixels por polegada… monocromático, e verde. Na época da internet discada, quase todas as telas eram… monocromáticas. Verdes!… Mesmo que essa seja a lente do futuro do metaverso… ainda é “ muito discada”. Verde. Precisa amadurecer muito.

Antes de continuar… O que é o metaverso?

O metaverso é um fluxo de experiências intensivo em presença, identidade e continuidade.

É uma definição simples, dá pra entender todas as palavras. Mas o que ela quer dizer? Bora começar por fluxos, que já apareceram várias vezes na série [por exemplo… O Mundo é Figitalbit.ly/3FEmMJ2]. Um fluxo, usando a definição de Castells [em 1996, bit.ly/3O5CpK9, com figital por nossa conta] para o que acontece na [e cria a] sociedade em rede… “fluxos são sequências de trocas e interações propositais, repetitivas e programáveis, realizadas por atores sociais [pessoas, organizações, coisas…] situados em posições potencialmente disjuntas do espaço figital, sobre as estruturas econômicas, políticas e simbólicas da sociedade”. Plataformas digitais [e figitais, bit.ly/futurosfigitais] são boa parte das “estruturas econômicas, políticas e simbólicas da sociedade” que tornam o mundo, hoje, o que ele é.

Plataformas -conectadas em rede- habilitam a rede e seus efeitos, transformando um espaço de lugares em um espaço de fluxos, que dependem de e demandam novas formas de conexão, relacionamento e interação para transformar agentes potencialmente em rede em atores sociais. As interações levam à criação de significados compartilhados, base para o estabelecimento de comunidades e mercados em rede. Na sociedade em rede imaginada por Castells, as redes emergem das fundações, deixam de ser a infraestrutura da realidade [“abaixo da superfície”] e se tornam a ser a superestrutura dela [“acima da superfície”].

A rede [“abstrata”], acima da superfície [o “concreto”], captura a superfície e a transforma, embutindo [e às vezes descartando] o concreto no abstrato e habilitando novos fluxos, desenhando o plano digital-social para e com novos agentes. Para ter ideia da magnitude desta transição de fase ao nosso redor, há pelo menos cem brasileirxs [julho de 2022, bit.ly/3Psq7wR] que, como agentes [“abstratos”] figitais, têm mais conexões e relacionamentos no Instagram do que a Rede Globo, indubitavelmente o maior e mais poderoso agente de rede analógica [“concreta”] do país em todos os tempos.

Quase toda literatura da transição digital falha quando estabelece uma dicotomia entre o real e o virtual, como se o mundo “virtual” não fosse “real”; estes, no entanto, não são opostos como o concreto e seu virtual, o abstrato, ambos, reais. E, claro, há simulações [ou abstrações…] de “coisas” concretas, como um avatar que me representa num jogo digital.

Bem antes de se pensar em internet, redes sociais, mundos virtuais e -óbvio- metaverso, um dos maiores filósofos contemporâneos [Jean Baudrillard, em Simulacres et Simulation, 1981, bit.ly/3aytBz0], ao falar sobre o concreto e o abstrato, dizia: “a abstração de hoje não é mais a do mapa, do dual… a simulação não é mais de um território… uma substância… são modelos gerando um real sem origem nem realidade: um hiper-real.

Muito antes, em 1946, Jorge Luis Borges escreveu uma estória de um parágrafo, intitulada “Del Rigor em la Ciencia”, uma parábola para descrever simulacros extremos de forma concisa. No original…

“…En aquel Imperio, el Arte de la Cartografía logró tal Perfección que el mapa de una sola Provincia ocupaba toda una Ciudad, y el mapa del Imperio, toda una Provincia. Con el tiempo, estos Mapas Desmesurados no satisficieron y los Colegios de Cartógrafos levantaron un Mapa del Imperio, que tenía el tamaño del Imperio y coincidía puntualmente con él. Menos Adictas al Estudio de la Cartografía, las Generaciones Siguientes entendieron que ese dilatado Mapa era Inútil y no sin Impiedad lo entregaron a las Inclemencias del Sol y los Inviernos. En los desiertos del Oeste perduran despedazadas Ruinas del Mapa, habitadas por Animales y por Mendigos; en todo el País no hay otra reliquia de las Disciplinas Geográficas.”

Se o mapa rigoroso de Borges, uma abstração que representava todo o espaço concreto do império em escala 1:1… fosse escrito em código, encantado como resultado da performance de uma rede de plataformas figitais que habilitavam ecossistemas coopetitivos, onde -por sua vez- as ações dos habitantes do império pudessem ser realizadas de forma possivelmente coerente, consistente e até sincronizada com sua presença concreta no espaço físico… preservando sua identidade num nível de detalhe que tornasse a representação indistinguível da pessoa concreta [com você, leitor] e tal existência tivesse uma continuidade tal[como abstração]que sua interrupção significasse, ao mesmo tempo, o colapso do espaço físico correspondente, aí, sim, estaríamos “dentro” de um metaverso. Em 1946, Borges “descreveu” um metaverso.

Um “mapa”, digital e social, encapsulando todo o espaço físico e tudo o que de “concreto” lá existe, para lhe dar uma “vida” abstrata… e formas de transitar entre o concreto e o abstrato… carregando um sentimento intenso de presença [#comofaz?], com identidade soberana [o que?] e intencionalidade e continuidade [como assim?…] das experiências nos fluxos dos quais os agentes em rede participam.

Há sinais do metaverso? Onde?

Desde que o metaverso virou assunto de mesa de bar, começou a aparecer instância da coisa em todo canto. Até telecirurgia, agora, “é” um caso de uso do metaverso. Sério?

A ideia de cirurgias remotas é dos anos 1970 e o procedimento existe na prática desde 2001 -quando a internet era quase discada-, e os pioneiros, em New York, operaram uma paciente em Strasbourg [veja bit.ly/3ObA3JP]. Desde meados da década passada, times de todo mundo realizam o procedimento como se estivessem na mesma sala do paciente, mas estão a centenas ou milhares de quilômetros de distância.

Na imagem acima, de uma cirurgia de 2014 [no Canadá, bbc.in/3AuuoFb], o cirurgião está a 400km de distância, e aparece na tela da TV ali atrás. Nas telas dele, cirurgião [veja a imagem abaixo], aparece o que ele está manipulando remotamente ao realizar a cirurgia.

Na cirurgia, onde está… “um fluxo de experiências intensivo em presença, identidade e continuidade” [definição elementar de metaverso] que deveria caracterizar o metaverso, na cirurgia? É preciso muita licença poética para dizer que uma cirurgia robótica remota é um exemplo de experiência intensiva no metaverso. Se for, então qualquer coisa associada a telemetria, e quase tudo que começar por “tele” e tiver algum grau de interatividade -só pra gente excluir “tele”visão da parada- também é.

Você nunca ouviu falar de telemetria? Em grego, tele, “remoto” e metron, “medida”; vem do começo da era do vapor e, desde o século passado, na forma que entendemos hoje: linhas telefônicas já transmitiam dados sobre operação de usinas elétricas para um escritório central em Chicago, em 1912 [veja em bit.ly/3IP2wnE]. Bote controle na conversa e surge a capacidade de, além de sensoriar, atuar à distância. O que o cirurgião da imagem está fazendo é, literalmente, pilotar um sistema de telemetria [que traz dados do paciente e contexto, inclusive imagens] e telecontrole, que leva seus comandos para o sistema de cirurgia robótica que, à distância, recebe suas instruções e, literalmente, opera segundo as ordens.

Se a gente quiser, sim… este é um bom e rudimentar exemplo do metaverso “discado”. Mas uma cirurgia no metaverso deveria, por exemplo, reunir no espaço virtual um time de cirurgia disperso no espaço físico e seu paciente… todos eles com suas representações virtuais lá no mundo abstrato. Aí… como num game que teria consequências no espaço concreto onde as pessoas estão fisicamente, uma intervenção realizada no paciente “virtual” teria efeitos correspondentes no paciente “físico”.

Imagine o grau de fidelidade das representações no espaço virtual para que algum cirurgião corresse o risco de realizar, “do” metaverso, uma operação num paciente “concreto” passando por lá. Estamos muito longe disso -e quero ver como será a regulação por conselhos de medicina de países como o Brasil.

Mas sabe o que parece muito com isso? No ambiente industrial e na transformação de produtos em serviços… os gêmeos digitais. Na wikipedia [bit.ly/3okwo27], um gêmeo digital é “uma representação virtual que serve como a contrapartida digital em tempo real de um objeto ou processo físico”. Se a gente esquecer quase tudo o que define o metaverso [veja Definindo “o” metaverso, em… bit.ly/3vM6KaK] e pensar em cirurgia no metaverso, dá pra imaginar que a “reunião” virtual de todos os gêmeos digitais de tudo que há na sala de cirurgia física [incluindo o paciente, médicos, auxiliares e instrumentos] equivale à sala concreta, se a toda ação realizada na dimensão virtual corresponder outra, igual e simultânea, na dimensão física.

Ninguém vai tentar fazer isso agora, e nem tão cedo. A não ser que… [imagine em que condições você toparia ser o paciente desta cirurgia…]. Sim, algum hora, vai ser tentado, mesmo com os altíssimos riscos envolvidos.

Mas digital twins estão sendo cada vez mais utilizados em situações onde o desenho de uma intervenção no mundo concreto pode ser validado num modelo virtual de alta resolução antes que se incorra nos custos de realizar a intervenção propriamente dita. Um exemplo são montadoras de automóveis usando gêmeos digitais do “chão de fábrica” para otimizar o tempo e custo da produção. Mas isso não existia há tempos?

Aí é onde entra a noção e a utilidade de “gêmeo”: “A diferença entre agora e o passado é que temos plataformas que obedecem às leis da física e tratam cenários fiéis à realidade; não uma aproximação ou representação, mas uma realidade verdadeira“, segundo o discurso de vendas [cbsn.ws/3Ba8Xjl] de plataformas para design colaborativo em 3D. Não tem quase nada de metaverso; mas a plataforma [pra design e simulação em 3D, bit.ly/3BiwYVs] é impressionante.

Se a gente se dedicar a estudar o que a indústria vem fazendo para observar [telemetria!] e controlar [telecontrole!] seus produtos em situações de uso real, há muito a se aprender lá, porque é uma história de cento e tantos anos de tentativas, erros e… aprendizados, um dos quais é que gêmeos digitais, estes “primos pobres” dos avatares do metaverso, dependem de e são muito intensivos em dados.

Quem quiser brincar de metaverso -em 2023 e depois- deveria entender o que a indústria está fazendo para estabelecer uma gestão estratégica do ciclo de vida de informação para o negócio como um todo [aqui na série, DADOS, Análises e DECISÕES, em bit.ly/3VXR678]. Sem isso, um ou outro gêmeo digital, aqui e ali, não serve pra muita coisa. Aliás, uma das melhores definições de gêmeos digitais, para a indústria, é… representação digital de um item ou montagem física integrando simulação, dados de serviço e informação de múltiplas fontes em todo o ciclo de vida do produto [daqui: bit.ly/3BfhNwB]. Sem dados, sem gêmeos.

Ainda mais interessante é que, quando se pensa em metaverso e em quão intenso tudo -lá- será em dados, os desenhos de arquitetura começam a ficar muito parecidos com os da internet. No esquema abaixo [daqui: bit.ly/3RRfOnZ], se o mundo físico for tratado como a camada 0 do metaverso, gêmeos digitais são a camada 1, que para a indústria é IIoT, a Internet of Industrial Things. Alguma hora vamos chegar num acordo, e quando houver um metaverso, as coisas vão se articular, na indústria e tudo mais, ao redor de protocolos abertos, não em um mundinho fechado da empresa X ou Y. É questão de tempo.

Uma coisa pra considerar é que, tanto nas conversas sobre o metaverso como um todo [no nível de “vapourware” do momento] quanto nos gêmeos digitais na indústria, há um viés muito forte para se tratar, discutir e promover visualização, suas qualidades e [d]efeitos. Claro que isso é muito relevante. Mas… e se o visual do metaverso ou do gêmeo digital não guardar uma relação forte com a entidade física correspondente… qual é a diferença do metaverso para os games? Nenhuma. E na indústria, para os sistemas de telemetria de 1912? Pelo menos os sensores da telemetria nos davam os dados para tentar entender o comportamento das coisas no mundo físico… o que visualização “pura”, num game, não faz nem de longe.

O metaverso, quando existir, é capaz de revolucionar a educação, entretenimento, varejo e muito mais? Sim, não há a menor dúvida. Mas a indústria faz parte do problema e da solução e já vem fazendo coisas que parecem com o metaverso, discado, há tempos. E a maioria das pessoas nem imagina.

Pra não ficar uma conversa muito longa, e como a indústria vem se entrelaçando com varejo e serviços… o que o varejo [que tratamos no post anterior, VAREJO, FIGITAL, no link… bit.ly/3Yu0LE3] está, ou deveria estar fazendo no e com o “metaverso discado“, pra gente aprender alguma coisa com ele, que sirva pra um grande número de outros cenários?…

Em 2009, quando smartphones eram raros, Bourlakis & Feng [em bit.ly/3OzAxtz] escreviam que varejistas precisam de uma abordagem holística e abrangente nas suas estratégias promocionais, especialmente se pretendem operar no estágio metaverso do comércio. O “metaverso” [pra eles, Second Life, bit.ly/3oRYgus] era só mais um espaço -quase um “canal”- para promoção de produtos, uma percepção rudimentar do que deveria ser marketing [muito diferente do que vimos aqui na série, em Marketing é Estratégia, Figital, em bit.ly/3FfDJrI]. Mega-problema. O metaverso -quando existir- deve ser um problema de marketing, mas do marketing entendido como o processo adaptativo e habilitado por tecnologia em que empresas colaboram em redes [com clientes, usuários, fornecedores, parceiros,… líderes…] para criar, comunicar, entregar, capturar… e sustentar valor, em conjunto, para todas as partes.

Mas, hoje, a vasta maioria do que se diz que é marketing, é, na verdade só publicidade. Como varejo se dá no mercado… seria muito bom que marketing tratasse do… mercado. Mas não: segundo Venkatesh, Penaloza & Fuat [2006, bit.ly/3PrRZBv] a palavra mercado está em todo lugar e ao mesmo tempo em lugar nenhum quando se pronuncia a palavra marketing.

Entendido isso, pode-se dizer que quem tratar o que pode vir a ser o metaverso “apenas” como um espaço publicitário estará descartando quase todo o potencial de um espaço-tempo que já definimos como um fluxo de experiências intensivo em presença, identidade e continuidade.

Se o metaverso entregar tal definição, será capaz de mudar radicalmente o que compramos, de quem, onde, por que, por quanto e quando? É possível, mas apesar de previsões de que 15% das pessoas passará pelo menos uma hora por dia no metaverso já em 2026 [bit.ly/3JpFQuQ], o entendimento de como chegar lá e as tecnologias para tal ainda estão em estágio muito incipiente de desenvolvimento e quase certamente não estarão “prontas” nos próximos [muitos, talvez] anos.

Exatamente por causa disso, ao invés de começar a “vender” em metaversos que ainda não existem, o varejo [e tudo mais, inclusive educação] deveria começar a fazer experimentos agora, com o que existe, para descobrir oportunidades periféricas críticas [veja aqui… bit.ly/3aA5aRa] e se preparar para apitar nos protocolos, padrões, processos, infraestruturas e serviços do que virá a ser “o” metaverso, influindo na criação das tecnologias e dos fluxos de negócios.

Mas explorar o que, agora?

Moda está experimentando com NFT: um número de tentativas envolve atrair as pessoas para um canal no Discord [por que?], a venda de um non-fungible token [um “skin” de um sneaker?] e a entrega física de um sneaker de verdade pro seu pé de carne e osso, correspondente ao NFT [veja: bit.ly/3oMabdj]. Será que isso -além de modificar a experiência de compra- resolve um problema fundamental de produtos de luxo, a falsificação?

Neste caso, adquirir um produto “legal” demanda [ou é habilitado por] um certificado digital “perfeito”. Certamente funciona muito melhor com sneakers Louis Vuitton / Virgil Abloh Air Force 1 de US$126.500 o par [bit.ly/3cXLcBk] do que para água sanitária. Mas… e daí? Não consigo ver uma socialite mostrando, por aí, sua bolsa de €7.895 juntamente com o NFT da dita cuja, pra quem quiser conferir.

Mas pode ser que esse esforço crie conexões, relacionamentos e interações que formam redes ao redor das marcas, atraem uma audiência que nem vai comprar nada -mas vai falar sobre- e educa comunidades inteiras sobre o que pode vir a ser um fundamento da economia do metaverso [a “metaeconomia”?].

A estimativa para o mercado de “moda virtual” de luxo, em 2030, é de US$55 bilhões [reut.rs/3zpdKej]. Parece muito, até porque hoje é perto de zero, mas é pouco quando se compara com os US$1,5 trilhões anuais de moda como um todo [bit.ly/3vCfdNl]. Parte do problema que terá que ser resolvido para uma T-shirt virtual é que -custe o que custar- ela só pode ser “usada” e, consequentemente, “vista”, no espaço virtual onde foi comprada ou, a partir de lá, para onde é direcionada. Isso porque os espaços virtuais [parecidos com os metaversos “discados”] não atendem ao quinto princípio fundamental da definição do que “o” metaverso de verdade deveria ser: aberto, descentralizado, distribuído e interoperável [veja a definição completa do metaverso em bit.ly/3vM6KaK].

Ou seja, há coisas básicas -e de implementação universal complexa– que precisam acontecer antes da gente poder brincar de metaverso de verdade. Não é que não há torcida no campo, é que ainda não se sabe direito as regras, nem se o jogo é com bolas, flechas, quantos jogam de cada lado, quantos lados há, se a torcida intervém ou não, se há juízes e até se alguma coisa é “falta”. A única certeza é de que falta muito pro jogo começar, de fato.

Mas a indústria, que sempre esteve atrasada em tudo o que é “digital”, mostra que dá pra integrar físico, digital e social como partes constitutivas do mesmo “espaço”, como faz nos gêmeos digitais. Lá, no entanto, não se inventou uma demanda a partir do nada, não há NFTs no jogo [pelo menos ainda] e os resultados são -literalmente- concretos: ações realizadas por atuadores figitais, no campo, mudando funcionalidade e estado de coisas físicas, em função de decisões tomadas no espaço digital-social, na fábrica ou seus prestadores de serviços.

Uma coisa que todo mundo do varejo deveria começar a experimentar agora era colaboração para rupturas das experiências, jornadas e fluxos de aquisição e uso de produtos de todos os tipos. Ou a gente imagina, de verdade, que é pra…

…“fazer” um metaverso onde se “vende” coisas [algumas, físicas] pros avatares das pessoas “lá dentro”, faz-se uma entrega física “aqui fora” e, quando a coisa demandar atendimento [porque quebrooou!…] o comprador terá que ligar pro 0800, ser transferido para um humano, pra finalmente ser direcionado a uma assistência técnica local sem a menor conexão com o fluxo de informação do atendimento… que vai lhe entregar um boleto de papel com uma data incerta pra receber seu produto com o problema resolvido?…

Não. Se isso ainda acontecer “no” metaverso, será porque ainda não teremos chegado “no” metaverso. Porque, se chegarmos lá, teremos transformado produtos em serviços de uma vez por todas e o rolo exemplificado acima será resolvido por uma experiência fluida [veja bit.ly/futurosfigitais].

Será que, a partir daí, uma boa hipótese de trabalho [e pesquisa] para o varejo no metaverso não é…

AO reduzir dramaticamente a soma dos custos de transação de todas as partes nos ciclos de vida de produtos e serviços [de criação a terminação, passando por uso e manutenção], as virtualizações “do” metaverso CRIAM efeitos de rede necessários para que se atinja MASSA CRÍTICA, isto é, um volume de participantes, em todos os lados dos ecossistemas de varejo, competitivo e sustentável.

Caso contrário, nada feito. Mas o que “virtualizações” está fazendo aí?

Pierre Lévy [em bit.ly/3zvSMe5] diz que o humano constituiu-se ​na e pela virtualização: através das linguagens, virtualizou o presente ​[criando o passado e o futuro, por conseguinte a história e os planos e projetos]; pela via das técnicas, virtualizou as ações ​[um virtual da comunicação é email…] e, através dos​ contratos, virtualizou a violência​ [criando éticas, instituições…]. Sua teoria vai muito além destes básicos exemplos, mas dá pra gente ter, por eles, uma ideia de onde ele quer chegar.

A partir daí, pode-se pensar o metaverso como um ambiente resultante da virtualização das ações dos agentes [incluindo as pessoas] na dimensão física do espaço-tempo, tornando-as abstrações. Interações entre agentes concretos [pessoas “físicas”, por exemplo], abstraídas, podem se tornar interações entre suas representações abstratas [“avatares”]. E o inverso: interações entre avatares, concretizadas, podem se tornar interações entre pessoas físicas. E dá pra imaginar, de cara, que as concretizações são bem mais complexas do que as abstrações. Isso tem consequências teóricas e práticas, muitas.

Além de um fluxo de experiências intensivo em presença, identidade e continuidade, muitos vêem o metaverso de muitas outras formas, sem passar nem perto da “ nossa definição” [detalhada, “Definindo “o”Metaverso, em bit.ly/3vM6KaK]. Em particular [bit.ly/3zN7SwV, de onde vem a imagem acima], o metaverso pode ser pensado como…

Uma simulação da dimensão física da realidade, incluindo identidade individual e corporativa, negócios, entretenimento, interação social, aspectos legais, fiscais…

Um mundo virtual nas suas dimensões digital e social, com elementos correspondentes aos da dimensão física da realidade, como pessoas, objetos, ambientes, regras e tudo mais que existe “aqui” no mundo concreto.

Uma convergência e interação dos mundos concreto e virtual; é fundamental entender que o virtual também é real, e não seu oposto; o oposto do virtual é o concreto, e os dois são reais.

Se você for ao original, verá que o texto acima foi editado para corrigir a interpretação comum e errônea de que o real é o oposto do virtual; não é. E vale a pena corrigir, para que haja um vocabulário comum para expressar conceitos que não são fáceis de entender e sobre os quais não há consenso, nem mesmo entre especialistas.

Se o metaverso for tratado apenas como simulação da dimensão física da realidade, o que dá pra pensar sobre e para o varejo -e muitos mais-, lá? O quanto isso difere do metaverso se for pensado como mundo virtual, com elementos correspondentes aos da dimensão física? E o que pode rolar aí? E se for uma convergência e interação dos mundos concreto e virtual? Se a escolha fosse sua, qual seria o “seu” metaverso? Por que a preferência? Pra fazer o que, lá? Pra quê? Como? Onde? Quando? Com quem?

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Este é o 17° de uma série de textos curtos, de uns poucos parágrafos e alguns links, sobre o que pode acontecer, ou se tornar

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Este é o 16° de uma série de textos curtos, de uns poucos parágrafos e alguns links, sobre o que pode acontecer, ou se tornar

23 anotações sobre 2023 [xv]

Este é o 15° de uma série de textos curtos, de uns poucos parágrafos e alguns links, sobre o que pode acontecer, ou se tornar

23 anotações sobre 2023 [xiv]

Este é o décimo quarto de uma série de textos curtos, de uns poucos parágrafos e alguns links, sobre o que pode acontecer, ou se

23 anotações sobre 2023 [xiii]

Este é o décimo terceiro de uma série de textos curtos, de uns poucos parágrafos e alguns links, sobre o que pode acontecer, ou se

23 anotações sobre 2023 [xii]

Este é o décimo segundo de uma série de textos curtos, de uns poucos parágrafos e alguns links, sobre o que pode acontecer, ou se

23 anotações sobre 2023 [xi]

Este é o décimo primeiro de uma série de textos curtos, de uns poucos parágrafos e alguns links, sobre o que pode acontecer, ou se

23 anotações sobre 2023 [x]

Este é o décimo de uma série de textos curtos, de uns poucos parágrafos e alguns links, sobre o que pode acontecer, ou se tornar

23 anotações sobre 2023 [ix]

Este é o nono de uma série de textos curtos, de uns poucos parágrafos e alguns links, sobre o que pode acontecer, ou se tornar

23 anotações sobre 2023 [viii]

Este é o oitavo de uma série de textos curtos, de uns poucos parágrafos e alguns links, sobre o que pode acontecer, ou se tornar

23 anotações sobre 2023 [vii]

Este é o sétimo de uma série de textos curtos, de uns poucos parágrafos e alguns links, sobre o que pode acontecer, ou se tornar

23 anotações sobre 2023 [vi]

Este é o sexto de uma série de textos curtos, de uns poucos parágrafos e alguns links, sobre o que pode acontecer, ou se tornar

23 anotações sobre 2023 [v]

Este é o quinto de uma série de textos curtos, de uns poucos parágrafos e alguns links, sobre o que pode acontecer, ou se tornar

23 anotações sobre 2023 [iv]

Este é o quarto de uma série de textos curtos, de uns poucos parágrafos e alguns links, sobre o que pode acontecer, ou se tornar

23 anotações sobre 2023 [iii]

Este é o terceiro de uma série de textos curtos, de uns poucos parágrafos e alguns links, sobre o que pode acontecer, ou se tornar

23 anotações sobre 2023 [ii]

Este é o segundo de uma série de textos curtos, de uns poucos parágrafos e alguns links, sobre o que pode acontecer, ou se tornar

23 anotações sobre 2023 [i]

Esta é uma série de textos curtos, de uns poucos parágrafos e alguns links, sobre o que pode acontecer, ou se tornar digno de nota,

Efeitos de Rede e Ecossistemas Figitais [ii]

Uma série, aqui no blog [o primeiro texto está em… bit.ly/3zkj5EE, o segundo em bit.ly/3sWWI4E, o terceiro em bit.ly/3ycYbX6, o quarto em… bit.ly/3ycyDtd, o quinto

Efeitos de Rede e Ecossistemas Figitais [i]

Uma série, aqui no blog [o primeiro texto está em… bit.ly/3zkj5EE, o segundo em bit.ly/3sWWI4E, o terceiro em bit.ly/3ycYbX6, o quarto em… bit.ly/3ycyDtd, o quinto

O Metaverso, Discado [4]

Este é o quarto post de uma série dedicada ao metaverso. É muito melhor começar lendo o primeiro [aqui: bit.ly/3yTWa3g], que tem um link pro

O Metaverso, Discado [3]

Este é o terceiro post de uma série dedicada ao metaverso. É muito melhor começar lendo o primeiro [aqui: bit.ly/3yTWa3g], que tem um link pro

O Metaverso, Discado [2]

Este é o segundo post de uma série dedicada ao metaverso. É muito melhor ler o primeiro [aqui: bit.ly/3yTWa3g] antes de começar a ler este aqui. Se puder, vá lá, e volte aqui.

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Silvio Meira é cientista-chefe da TDS.company, professor extraordinário da CESAR.school e presidente do conselho do PortoDigital.org

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