depois de usar o equivalente a 7.8 anos de cálculo computacional [em cpu de um núcleo], tomas rokicki acaba de mostrar que o cubo de rubik pode ser resolvido, a partir de qualquer posição, em 23 movimentos ou menos.
o cubo, criado em 1974 pelo escultor e professor húngaro ernö rubik, começou a ser vendido em 1980 e está na marca das 300 milhões de cópias. há cerca de 43 quinquilhões de posições possíveis em um cubo e campeonatos e livros desde 1981: o cubo gerou uma indústria.
mesmo tendo deixado de ser uma febre, o cubo ainda desperta muito interesse [nada menos de 12 campeonatos até outubro!], a ponto do recorde para resolvê-lo ter sido estabelecido em 2008, por yu nakajima, em menos de 9 segundos, contra a primeira marca mundial de 38 seconds de jury froeschl, da alemanha. se você quiser tentar sua destreza em um campeonato [simulado] permanente on-line, clique aqui.
olhando para as competições físicas, corporais, gastamos 40 anos para trazer o recorde mundial dos 100 metros rasos de 10 para 9.72 segundos. não é razoável que comecemos a medir a diferença entre humanos correndo 100m em milésimos de segundos, pois a separação pode passar a ser estatística, ou definida pelo comprimento do dedo do indicador ou qualquer outra coisa. algo me diz que, depois de chegarmos nos limites [puramente] físicos do corpo, o que vai rolar daqui a uns 30 anos, vamos partir para campeonatos mais cerebrais. resolver algo como o cubo não é só cérebro, é destreza manual de primeira grandeza.
claro que isso vai gastar bem mais educação e preparo da audiência. qualquer um entende uma corrida e vibra com os nove segundos e muito de qualquer 100 metros rasos de classe mundial. mas quase ninguém, hoje, consegue perceber a corrida contra o tempo para resolver um cubo de rubik de 3x3x3 em 8.72 segundos como nakajima faz. até porque, pensando bem, não dá nem pra ver direito a coisa acontecer. por enquanto, o melhor é torcer pelo brasil contra a ucrânia no futsal, que já tá 3×0 no fim do primeiro tempo…