semana que vem a microsoft lança seu "novo" engenho de buscas, bing, que antes iria se chamar kumo e que, na verdade, é uma combinação do que já estava rolando em live search com tecnologias que a microsoft estava desenvolvendo em casa e outras compradas recentemente [como powerset, por exemplo]. sem falar num redesenho razoável da interface de apresentação e interação.
segundo vozes internas da MSFT [don dodge, entre muitos outros] a empresa vai apontar bing para quatro alvos: tomar decisão de compra [e comprar de dentro do próprio bing]; planejar uma viagem [decidindo para onde ir e onde ficar e, a partir daí, como…]; pesquisar uma condição de saúde [e, quem sabe, decidir marcar um médico e comprar um remédio…] e, finalmente, achar um negócio local, perto de onde você está ou mora [e, talvez, decidir fazer alguma coisa a respeito]. tudo, óbvio, centrado no mercado americano, que é o maior do planeta [ainda] e onde a empresa de redmond perde de google por 8 a 1 [isto é, a cada oito buscas feitas em google, uma é feita em live search].
a microsoft está dizendo duas coisas básicas sobre bing: 1. ele não é um engenho de busca; ou seja, nada de enfrentar google cara a cara; google é de busca, mas bing é de "decisão": a microsoft propõe que as pessoas usem seu serviço como auxiliar no processo de tomada de decisões [vamos ver se "pega"]; 2. não se espera resultados significativos, no mercado, no curto prazo; estão olhando, segundo steve ballmer, anos à frente.
isso tira a pressão de cima da turma de bing, que de outra forma teria que enfrentar google [o que vai ocorrer, queiram ou não] e mostrar resultados já. no topo disso, acho que o posicionamento de bing, como um sistema de decisão com a ajuda do qual [e de dentro de sua interface, veja o vídeo aqui] as pessoas vão poder tomar decisões de compra e realizá-las… muda o modelo SFO. como assim?
SFO é a abreviatura para search [faça uma pergunta], find [encontre o que você quer] e obtain [pegue uma cópia, isntância ou exemplar da coisa pra você] que é, digamos, o modo normal de navegar na rede. se você prestar atenção nos demos de bing [em vídeo, aqui] talvez concorde comigo que uma boa parte do esforço por trás da nova aposta da microsoft é fazer com que o "O" de SFO seja realizado, também, dentro do sistema "de busca". assim, google seria um sistema do tipo SF e bing, SFO; talvez, no começo, com um "o" minúsculo: SFo. com a microsoft participando do processo, mediando as transações e, consequentemente, ganhando dinheiro com isso.
pode pegar, pode não. medida de sucesso? se eu estivesse financiando o esforço, iria querer alguma coisa como passar yahoo [que ganha de live search, no mercado americano, por 2.5 x 1] em 18 meses. ainda iria estar perdendo pra google por 3 x 1, mas aí já dava pra pensar em virar o jogo. quarta-feira a gente vai saber que time, mesmo, tá entrando em campo e em que condições. em qualquer caso, no começo da partida, eu não esperaria muita precisão e cobertura nos resultados, para conteúdo em português, localizado no brasil. mas tomara que eu esteja errado. na quarta a gente vai saber.