depois de passar mais de dois anos como o segredo mais bem guardado do vale do silício, o engenho de busca cuil [do gaélico para conhecimento, pronunciado como em cool] está no ar a partir de hoje. segundo a home page e os press-releases espalhados cuidadosamente pela web [veja este aqui em techcrunch] a máquina cobre mais de 120 bilhões de páginas, o que deixa qualquer outro sistema de indexação e busca no chinelo. pelo que se sabe [por baixo do pano] google indexa 40 bilhões de páginas, apesar de dizer que "sabe" de algo da ordem de um trilhão.
mas o principal [se funcionar mesmo, pra muita gente] é que eles dizem ser melhores do que google: Cuil also claims to have better search results than Google and others based on how they index websites. They do not simply catalog keywords on a site and then rank the site based on its importance. They also work to understand how words are related (France – cheese – wine, for example), to return more relevant results to users.
no topo disso, o pessoal da engenharia por trás no novo buscador [gente que veio de stanford, google e ibm, entre outros lugares, com experiência em projetos gigantescos] diz que cuil é muito mais barato: Cuil’s technology allows it to query indices on between one and three machines, which provide relevant results, rather than the 10,000 servers utilised by Google per query. It would have the capacity to serve 5 per cent of all search traffic at launch, but could easily scale to handle any demand.
segundo anna patterson, vp de engenharia, cuil… isn’t trying to be a Google killer — it’s trying to reinvent search. tom costello, que fez doutorado em stanford [orientado por uma das lendas vivas da computação, john mccarthy], co-fundador, presidente [e marido de anna] diz que eles estão tentando construir um sistema de busca contextual, uma tentativa de entender o mundo real, e não apenas sua representação na web. cuil não guarda informação sobre as buscas que fazemos [e assim não deixamos rastro], o design é diferente dos engenhos de busca atuais, há um mecanismo de sugestões… enfim, um monte de coisas novas ao mesmo tempo.
analistas do setor estão impressionados. segundo greg sterling… These are search people who are not building a product they want to sell quickly. They are not about trying to make a lot of money in a short period of time. They are building what they believe is the next-generation search engine.
como se não bastasse, cuil não é beta, quebrando a tradição, na web 2.0, de lançar sistemas que ainda não estão prontos para o dia-a-dia. segundo anna e tom, cuil está pronto e pode tratar 5% do total de buscas da web a partir de seu lançamento formal, hoje [segunda], e pode escalar de forma rápida e barata para atingir tanto quanto for necessário. cuil é o resultado, também, de 30 pessoas trabalhando e US$33 milhões de dólares de financiamento no estágio inicial do negócio.
vale a pena dar uma olhada. acho que ainda há muito a fazer por lá. do que eu testei, alguns resultados foram muito bons, outros nem tanto e alguns não deram em absolutamente nada. mesmo assim, se eu estivesse no negócio de busca, iria prestar muita atenção neste povo. depois de yahoo e google, cuil é a mais nova promessa, saída da mesma matriz de conhecimento -stanford university-, a querer liderar a busca na rede. como cada um dos outros dois foi o sistema dominante de sua geração… talvez seja a hora de google por as barbas de molho.
[ps @11:30h: cuil está claramente enfrentando problemas de sobrecarga e não consegue responder boa parte das buscas que recebe. talvez mais de 5% da busca na web esteja sendo tentada lá. isso significa que há um imenso espaço para melhora da busca na rede, já que tanta gente está pelo menos tentando uma nova alternativa. há uma discussão muito interessante sobre o assunto no slashdot.]