ontem e hoje estive dentro [como passageiro] do caos aéreo no qual a gol se meteu por –pelo menos aparentemente- não haver testado e validado seu novo sistema de alocação de tripulantes. depois, joga-se a culpa “no software”, como se linhas de código tivessem vontade própria. não têm.
de acordo com a própria empresa… ao implantar uma melhoria no sistema, ocorreu o problema e foram gerados dados incorretos que culminaram no planejamento inadequado da malha aérea e da jornada de trabalho dos tripulantes. Por essa razão, foi adotada novamente a configuração de escala do mês anterior.
não sei porque a ANAC não fez algumas perguntas básicas à gol, perguntas que se deveria fazer em casos como este, que são simples e passam pela imaginação de qualquer mortal, mesmo que não tenha nenhuma expertise em aviação ou software. duas delas? 1. o sistema foi testado e validado em condições similares a de uso real? passou no teste? se sim, porque não funcionou em condições reais? 2. por que a empresa resolveu mudar um sistema crítico como este em julho, mes em que o número de passageiros é certamente [20, 25%?…] maior do que junho, por exemplo? e logo no fim do mês, quando há um colapso natural por causa do fim das férias?…
no CBN bits da noite de ontem @fabiolacidral e eu discutimos o assunto, olhando para como tecnologia –e principalmente software- tem afetado nossa vida cotidiana e como, cada vez mais, deveria ser uma preocupação constante de agentes reguladores de serviços críticos como transporte aéreo. a figura abaixo é um link para o podcast na CBN.
[estranhamente, não houve como inserir o podcast no lugar da figura…]