entre as oportunidades de negócios bilionários que poderiam merecer muita atenção de empreendedores capazes de criar novos negócios inovadores de crescimento empreendedor que o blog tratou há pouco, "reescrever a universidade" parece uma das mais desafiadoras. a universidade moderna tem raízes de 1.000 anos e é uma das instituições mais bem plantadas em qualquer sociedade. mesmo quando não tem o impacto que deveria, não é fácil imaginar em que situações uma geografia cultural e de negócios pode prescindir dela. mesmo em situações-limite, em ditaduras, foram poucos os países que fecharam seus centros universitários, como fez o regime de pol pot no cambodia dos anos 70
um grande problema sócio-econômico contemporâneo é a formação de capital humano sofisticado, especialmente em STEM, sigla para science, technology, engineering and mathematics, áreas de expertise e performance críticas para qualquer economia. países como os EUA se beneficiaram de influxo de profissionais de todo o mundo nestas e outras áreas, no passado, especialmente de estudantes de pós-graduação que não voltaram para seus países de origem após a conclusão dos estudos. para atrair alunos, depois pesquisadores e profissionais para a economia do conhecimento dos EUA, foi fundamental uma grande rede de universidades de classe mundial. hoje, se pede para que o governo americano implemente uma política de atração de profissionais com formação STEM, escassos em todo mundo, pois o sistema [desde a atração até graduação, lá, aqui e em qualquer lugar] não os forma em quantidade suficiente.
o problema não é só a universidade. mas, na universidade, o problema é grande, até porque ela quase sempre se pensa auto-suficiente, capaz de fazer todo o processo de formação e certificação por si só. será que não há oportunidades de inovação na universidade e não seria seu locus principal o modelo de negócios destas venerandas instituições de ensino, pesquisa e extensão que, cada vez mais e quase sempre sozinhas, querem também tratar criatividade, inovação e empreendedorismo? a resposta deve ser sim, o problema é como. abrir a rede de valor da universidade da mesma forma que empresas, à frente delas, fizeram para criar suas redes de inovação aberta pode ser um caminho. redes de instituições articuladas ao redor de CaaS [curriculum as a service] provendo [ou obtendo] para [de] terceiros o que cada um faz melhor é mais que uma boa ideia. em rede, pode ser a salvação para muitas instituições que jamais justificarão seus custos isoladamente.