nos estados unidos, pesquisa do pew internet project mostra que donos de leitores de ebooks [como nook, da barnes & noble e kindle, da amazon] estão lendo mais do que que a turma do velho livro de papel. quanto mais? quem tem um ebook reader leu 24 livros [em média] nos últimos 12 meses, contra 15 de quem não tem. a mediana de leitura é 13 livros por ano para quem lê ebooks e 6 para quem não lê. não 10 ou 30% a mais de leitura nos ebooks, mas mais de 100%.
nos EUA, até fevereiro de 2012, 21% dos leitores já leu pelo menos um ebook. e este número vem crescendo muito rapidamente: o número de dezembro de 2011 era 17%. a literatura é claramente uma economia em transição, um processo que começou há cinco anos, com o lançamento do kindle [ou há dez, se você quiser, com iTunes, como mostra a lista abaixo].
parece óbvio que o livro está virando serviço, de forma muito rápida nos EUA e, breve, no resto do mundo, inclusive no brasil, onde a amazon deve lançar o kindle ainda em 2012 e onde atores locais estão montando suas ofertas de leitores e serviços. se vai haver serviços abertos e interoperáveis ainda é um problema em aberto. imagine que seus dois autores prediletos estão disponíveis, cada um, em apenas uma plataforma de serviços digitais. será que você terá –em último caso- que ter dois leitores de ebooks para ler os dois autores? ou, talvez, num ambiente de ubiquidade e pervasividade de redes,
e os problemas não param por aí: com a mudança de plataforma de literatura do papel encadernado [e editoras, distribuidores, livrarias, bibliotecas] para a rede, os direitos do leitor podem mudar radicalmente e alguns dos muito antigos [como emprestar um livro, pra citar o mais básico] são afetados. é preciso, pois, rediscutir e restabelecer os direitos do leitor digital, o que envolve propriedade e privacidade, entre muitos outros. os direitos do autor também estarão na pauta, pois pirataria literária, digital, não vai ser assunto menor nos próximos anos. junto com os problemas, é sempre bom lembrar, virão as oportunidades. neste caso, bilionárias, inclusive aqui, no .BR.