o fantástico de ontem discutiu a proibição, no brasil, de jogos considerados violentos. eu e bruno feijó, da puc-rio, entre outros, estivemos do lado contra a proibição e a favor de alguma [auto-]regulação que passe a designar jogos como apropriados [ou não] para determinadas faixas de idade.
muito do que a gente grava pra uma aparição no fantástico acaba não aparecendo na telinha, por razões óbvias de tempo e edição. entre outras coisas, eu disse que o maior problema dos jogos é quase o mesmo da escola: há, ainda, uma instituição muito antiga, na sociedade, que certas horas é relegada bem pra longe, e seu nome é família. não conheço uma família bem estruturada e consciente do papel do grupo familiar para os mais jovens onde as crianças fiquem dez horas por dia num console jogando counter strike ou, da mesma forma, vendo televisão no quarto. muito menos abandonadas aos desígnios da escola, por melhor que seja.
a família continua sendo importante no processo de crescimento articulado das crianças e não há, até agora, substituto à vista. eu acho que reclamar do jogo descontrolado dos adolescentes é quase a mesma coisa que terceirizar completamente a educação para as escolas e depois reclamar de filhos com problemas.
a escola não vai resolver todos os problemas de seus filhos, da mesma forma que os jogos, de qualquer tipo, não vão piorá-los significativamente. todos os estudos sérios realizados no mundo, até agora, não mostram nenhuma conexão relevante entre jogos violentos e um comportamento socialmente violento. ao contrário, games parecem favorecer a criatividade dos jogadores…
pra ver o que rolou no programa, clique aqui. pra saber o resumo do que pensa este blog, não precisa ir até lá, pois tá dito acima e sintetizado na seguinte frase, tirada do programa: “o problema não é se o jogo é violento ou não. o problema é se você consegue separar que o jogo é um jogo e a vida a ser vivida aqui fora, neste mundo de carne e osso, é parte daquilo ou não”.