sim, a rede, os negócios em rede, estão em campanha para que a campanha de 2012 [nos EUA, principalmente, mas aqui, também] venha pra rede. google, em especial, está dizendo aos candidatos parte do que sabe sobre o comportamento dos eleitores. google já se tornou parte da sua e da minha memória. uma parte do que sabemos é armazenada fora do nosso cérebro desde sempre. nas outras pessoas, por exemplo [“quem sabe disso é fulano”…]. nas estantes das bibliotecas, nas notas, diários, nos papéis que estão nos ímãs das portas das geladeiras. mas, de um tempo pra cá, a rede se tornou parte da experiência de produção e consumo de informação. se ela existe, “tem” que estar lá. se não, alguém “deveria” ter criado e posto lá. coisas da contemporaneidade. se está ou deveria estar lá, usamos google pra procurar e, quase certamente, encontrar a informação que queremos.
é google que avisa aos candidatos, nos EUA, que mais de 80% dos eleitores está online; 83% tem um celular; 1/3 dos que votarão na eleição presidencial não viram TV semana passada e estão passando mais tempo nos celulares e smarts do que na soma de jornais e revistas. mesmo assim, como no passado, a campanha está na TV e não na web. nos EUA, onde propaganda eleitoral é paga [e onde não se faz alianças temerárias por “tempo de TV”], os candidatos a presidente vão gastar US$125 milhões em anúncios na telinha daqui até a eleição. e “só” 25% disso será gasto nos anúncios ou campanhas na web.
segundo google [e quem mais você perguntar] as pessoas estão aqui, na rede. TV pode ser importante, mas a rede é cada vez mais relevante e, hora destas, passa TV e a velha mídia de uma vez por todas. a mensagem de google é clara: “…access to political information no longer comes from one place —or one screen. in just the four years since the last presidential election, the continued growth of the web and the proliferation of mobile devices has radically transformed when, where, and how voters access political information.”
o acesso à informação [sobre] política não vem só de um único lugar… ou de uma única tela. da última eleição até agora, o crescimento da web e a proliferação de dispositivos móveis transformou radicalmente quando, onde e como os eleitores acessam informação política.
e no brasil? à primeira vista, o cenário é muito similar. a eleição, claro, não é a mesma, até porque aqui é municipal. mas será que, até pela similaridade cultural [aqui não é os EUA, mais parecemos mais com eles do que com o japão ou a índia], não vai rolar coisa muito parecida, agora ou com o tempo, nas eleições daqui?
google usa números reais, sobre campanhas outras, para mostrar que a “primeira” tela não deve ser usada isoladamente, como você pode ver abaixo.
combinar TV com as outras três telas aumenta a percepção da mensagem em 48% e o engajamento em 77%. lá, a rede vai ser essencial pra eleger quem quer que seja. aqui, por variadas razões [inclusive a legislação eleitoral], pode ser que ainda leve um tempo. mas é coisa de pouco tempo, a rede vai ser essencial aqui, também.
uma coisa eu dou por certa: os próximos candidatos a presidente já deveriam estar montando as estratégias digitais, móveis e sociais para 2014, uma eleição que está logo ali… e onde, por tudo que se sabe, vai haver entre 70 e 100 milhões de smartphones no brasil, quase todos nas mãos de eleitores. como diria google, é melhor ir pra rede mesmo, e rápido, em todo lugar, em qualquer “campanha”.