sua privacidade precisa de… roupas?

não é segredo que o estado –em qualquer país– está atrás de você. alguns seriam mais precisos ao notar que não é o “estado” que bisbilhota a sua vida, mas o governo. detalhes. em londres, o big brother de orwell está rolando quase literalmente. na inglaterra, a razão câmeras por habitante é 1/14 e londres, sozinha, tem mais de meio milhão delas, mais câmeras de vigilância e supervisão do que qualquer outro lugar, o que a torna a capital mundial da surveillance society.

se você não quer ser observado onde quer que vá, fique em casa. dentro de casa. e isso se você não houver câmeras por lá. botou o pé fora do apartamento, já vai ser notado pela câmera do elevador, depois pelas da garagem, a da portaria do seu prédio, as da pracinha na frente… as dos sinais de trânsito, da padaria. lembra da época que não havia câmeras nos elevadores, todos os elevadores? pois é. você e seu nariz já não estão mais a sós, entre o térreo e seu andar.

em londres, uma galera resolveu lidar com o problema e está lançando uma linha de roupas contra detecção, mostrada na imagem. a ideia é usar o tecido e o design da roupa para minimizar sua assinatura, dificultando vários tipos de detecção.

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há um hoodie e um cachecol contra drones; eles reduzem sua assinatura térmica, muito usada para encontrar alvos pelos veículos aéreos não tripulados. detalhe é que a moda não está sendo proposta para o afeganistão, pois os drones deixaram de ser usados apenas em guerras distantes. já há cidades americanas usando [ou em vias de usar] tais veículos para observação de civis, causando uma imensa discussão sobre o assunto. e pode não ficar só aí: em algumas cidades, há polícias que querem armar seus VANTs [os veículos aéreos não tripulados, ou drones], tornando-os mais perigosos do que a “mosca” abaixo, da polícia de seattle.

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o povo de design e moda também fez uma camiseta que barra raios X na região do coração e um bolso que “mata” todos os sinais para [e do] seu celular, impedindo a tele [e google, apple, microsoft e quem mais for o caso…] de descobrir onde você está. na imagem abaixo, à esquerda, modelo vestindo o hoodie [ou burqa, se você preferir] anti-drone; a imagem ao meio é o modelo em infravermelho “normal” e a da esquerda mostra como a roupa diminui a assinatura térmica na região em que é usada.

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não sei o que os comentaristas de moda vão dizer desta “tendência”. e ela não vai pegar no recife, no calor. pode ser uma coisa de lugar frio, como a inglaterra. lá e nos EUA, onde já existe uma diretriz para integrar os VANTs ao espaço aéreo civil, há gente preocupada o suficiente para pensar em usar  tal “moda”, mesmo que a proposta atual seja muito mais uma provocação e experimento do que uma verdadeira tendência. ou não?…

de resto, e há muito, o leviatã-estado tenta, todo o tempo, concentrar mais poder, todo o poder, ao seu próprio redor. aumentar a quantidade e qualidade dos meios de supervisão dos cidadãos, da captura de informação sobre todos, especialmente numa era de informação e conhecimento, é só uma tendência natural do monstro estatal. que talvez, por sinal, não possa ser mais evitada: a maioria está anestesiada quanto ao tema e, sempre que há um texto sobre privacidade [veja este link], há ingênuos a comentar que “quem não deve não teme”, sem nunca terem lido uma linha sobre o assunto e refletido sobre as implicações da invasão, na escala em que estamos observando agora, de suas próprias vidas.

para não serem pegos de surpresa, deveriam ao menos ler sobre o assunto. sugiro uma passada neste link, antes de qualquer comentário aqui. e cuidado com as câmeras [e com o celular ligado…], mesmo que não “tenham nada a esconder”…

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PS, em tempo: sua privacidade já precisa de óculos, também. para se contrapor ao uso generalizado de tecnologias de reconhecimento em tudo que está ao seu redor, das câmeras [de segurança] a faceBook, dois professores japoneses acabam de propor um óculos que emite luz infravermelha capaz de bloquear o sistema de reconhecimento facial das câmeras que lhe são apontadas. vá ver, tá neste link.

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