Um estudo da JWTintelligence, que acaba de sair, descobriu o óbvio. mas um óbvio que ninguém havia tratado até aqui. pode até ser que seja algo do momento, da transição entre o mundo concreto que tínhamos antes da rede e o abstrato, que começou a tomar conta do mundo há algum tempo.
a pesquisa descobriu que nós preferimos o virtual pela facilidade, velocidade, conveniência e [baixo] custo de quase tudo que podemos fazer lá. mundo ideal, não? é… mas, ao mesmo tempo em que estas qualidades do virtual permitem que qualquer um ouça, ao mesmo tempo em que é lançada em algum lugar do mundo, a música que quer… muitos se ligam no concreto onde estaria a música no passado, como um registro em vinil. vinil, veja bem… e não CD. veja a imagem abaixo.
olhe os dados, compare: 79% dos americanos acha fantástico poder guardar mais música, livros e fotos no formato digital… porque não teria espaço físico pra isso. ao mesmo tempo, 73% diz que o significado de receber [de presente] um livro de papel é muito maior do que ganhar um livro digital. incoerência? não, faz sentido.
muitos de nós, por quase toda nossa vida até agora, vivemos em um mundo onde livros de papel [por exemplo] foram parte muito importante de nossa história. foi neles que estudamos, entendemos o mundo, por onde nos reinventamos muitas vezes. sem falar naquele, especial, dado de presente ao primeiro amor. aí, como esquecer?…
pra quem nasceu antes da rede, antes do virtual radical –que ainda nem chegou… por sinal, pois ainda não virtualizamos os livros de vez, por exemplo-, o concreto importa, e muito. é capaz de, por muito tempo, haver muitas oportunidades para o físico existir junto com o abstrato. de haver negócios que fundem os dois, por pura demanda popular. pra ter uma ideia do tamanho potencial da demanda, o gráfico abaixo diz que 53% dos americanos sentiria muito se o livro de papel acabasse de vez [52% entre os de 18-35 anos!]; 40% não querem o fim dos relógios de pulso; 20%, acham que o fim dos catálogos impressos enviados pelo correio seria o fim do mundo –a taxa entre os 18-35 anos é 35% maior que a média! impressionante.
pra mim, o achado mais radical é que 10% sentiria muita falta dos orelhões, com uma taxa de 19% entre os mais jovens, quase o dobro da média. se confirmado por estudos independentes, parece haver muita gente com saudade de um passado que não viveu. vai ver, num mundo tão acelerado e instável, é capaz de haver uma explicação trivial pra isso… e cada um deve ter a sua. você tem uma?…