GoogleGlass. é isso que o grupo inglês stop the cyborgs quer dizer com o “sinal” abaixo, que eles propõem que seja usado em bares, restaurantes e outros lugares de frequência aberta ao público mas nem tão públicos assim, ao contrário da rua.
por que tal preocupação? em tese, googleGlass é o primeiro connected wearable computer realmente prático: tem uma câmera [que pode, claro, captar imagens de tudo ao redor], funciona por comandos de voz, pode ser conectado a sistemas de informação na rede [pense no que google tem, mais faceBook e o que mais você conseguir desenvolver]… e há muita gente tendo ideias radicais sobre seu uso.
quer ouvir uma? pense numa aplicação silenciosa [que está sempre ativada, não precisa de comando algum para ser iniciada] que identifica pessoas de interesse no campo visual e entrega, no canto do seu olho, informação sobre elas. e isso vai ser um uso trivial de um connected wearable computer que está no seu rosto [nesta versão, associando voz, visão e e audição] e está em rede, o tempo todo.
as possibilidades são imensas. o limite, aliás, vai ser definido pela criatividade dos desenvolvedores, o tipo de serviços que vai ser possível usar no glass, a cobertura de rede e a capacidade computacional e de comunicação da coisa, além da vida da bateria, entre cargas. pense nas possibilidades. e, olhando para as preocupações de stop the cyborgs, pense no guarda do acesso a um prédio ou instalação. usando glass, é só ele olhar para você e pronto: o sistema [lá atrás, interligado com tudo, incluindo a agenda de quem você vai visitar] diz para autorizar sua entrada. nada de crachás e checkins. mágica. até pra avisar o elevador para qual andar você vai. pensando bem, fazer o glass é mais simples do que fazer os sistemas implícitos nos parágrafos anteriores funcionarem em conjunto, orquestrados para certos fins.
glass vai ter uma versão para quem usa óculos de grau. para muitos, daqui a algum tempo, vai ser o único óculos. que será celular, também. imagine o problema nas escolas: na hora da prova [se houver prova, lá no futuro próximo] o professor diz para todo mundo desligar seus dispositivos. como desligar o óculos?… pois é isso mesmo que stop the cyborgs quer que você faça. e quer que google e competição, que vai oferecer alternativas [cadê apple, microsoft?] garanta que 1. não haverá capacidade de reconhecimento facial nos google glass e ela não será dada [a eles] por sistemas em rede; 2. que vai haver formas das pessoas saírem do rastreamento por glass ou sistemas por trás dele e 3. toda informação capturada por glass será propriedade do dono, será guardada de forma secreta e segura e não será objeto de tratamento para obter informação sobre terceiros.
observações? sou contra 1; sofro de uma grave dificuldade de reconhecer faces e, pior, sou incapaz de associar rostos a nomes, locais, eventos. uma das razões pelas quais eu teria um glass seria exatamente tal funcionalidade. o requisito 2 até que é razoável; danado é a implementação. como forças [legais] de segurança vão querer a capacidade de identificação imediata de indivíduos, é só hackear um glass civil e ter a mesma capacidade dos agentes da lei. o terceiro requisito é obrigatório e não é difícil de implementar. mas note bem: se você não pagar pelo serviço, é porque alguém está pagando para você usar, e o produto é você, ou seus dados. se ligue. ou, ainda melhor, se desligue, se não quiser seus dados sendo você por aí.
glass é só mais um pequeno pedaço do futuro. há muito mais a caminho. e a gente não perde por esperar… sem falar que há muita gente doida pra que chegue. logo?