Pelos números da ANATEL, o brasil tem 269 milhões de chips em seus celulares. considere que “celular” também pode ser uma máquina de cartão de crédito [e há pelo menos 8.1 milhões delas] e o número de “pessoas” conectadas começa a cair. também há 7 milhões de terminais de banda larga [tablets, etc…], mas estes mais de 15 milhões não representam nada num mar de 269 milhões de chips. sabe o que faz diferença? no brasil?
a estrutura do nosso mercado de mobilidade faz com que ligações para a mesma ou outra operadora tenham uma separação infinita: pra sua, quase sempre grátis; pra qualquer outra, é caro. por isso que as operadoras dizem que o preço, no país, não é o que aparece nos relatórios internacionais. para analistas de fora do brasil, que vêem preço das ligações e não as promoções [há muito são parte do sistema, e não esporádicas], o preço é absurdo… a menos que você tenha mais de um chip. aí é onde entra o jeitinho brasileiro aplicado às estruturas de custo idem, sabotando os planos de fidelização das operadoras e redefinindo, com a ajuda dos fabricantes de celulares, o mercado de mobilidade.
dados da ANATEL apontam para 269 milhões de “chips”, mas é bom levar em conta que a venda de smartphones com dois chips cresceu 680% em um ano. e os smartphones serão uns 50% de todos os celulares vendidos no último trimestre.
então… no médio prazo… se a gente levar em conta que [fora terminais de dados e tablets] há uns 240 milhões de chips por aí, e que quase 50% dos smartphones vendidos pelo líder do mercado têm a capacidade de aceitar dois chips… será que a penetração real de celulares [real, aqui, significa celular, e não “chip”, por pessoa], no brasil, é qual, mesmo? estamos mais perto de 0.75/hab. [ou abaixo?] do que de 1.25?…
do meu lado, vejo um monte de planos de negócios de startups usando os números da ANATEL e afinando modelos de negócios para um brasil que já vende 50% de smartphones [ou quase] e tem uma penetração de mais de 1.25 cel./hab.; no papel, funciona. até porque papel aceita tudo. mas a vida real –e nela, o mercado- não dá os mesmos créditos que as teles dão, grátis, pra seus chips, e só entre eles. era bom que alguém publicasse [há quem os tenha…] números mais precisos, pra galera não ficar fazendo contas com 269 milhões de “celulares”… mas, quem sabe, metade. ou um pouco mais. ou bem menos. que, mesmo assim, já seria um monte, só que real.
[dados da tabela acima: TELECO, neste link.]