ontem à noite houve uma edição especial do BITS da NOITE, comentário que faço no CBN NOITE TOTAL, sempre às terças. quase toda terça e neste domingo, a conversa foi com tânia morales e o assunto foi a rede e as redes sociais nas eleições. são dezoito minutos de áudio, se você clicar logo ali abaixo.
a primeira parte da conversa é sobre a a influência da internet e das redes sociais na eleição: ela é GRANDE ou pequena?… é pequena… todos os especialistas concordam que é pequena [veja uma discussão neste link] e os dados [do recife] mostram que é pequena mesmo: só 10% dos eleitores disseram que a internet e as redes sociais tiveram muita influência nas suas decisões como eleitor, no primeiro turno, e menos, 8%, no segundo turno.
mas há coisas que a rede possibilitou e que sem ela não seriam exequíveis!… por exemplo, debates em grandes cidades que não têm geradoras de TV… [como mostra esta discussão aqui] e amplificar e repercutir os debates e noticiário da mídia de massa [sobre o processo eleitoral] onde há TV. nos debates, quer no modo broadcast ou rede, as redes [sociais] tiveram um papel muito relevante como a segunda tela, em tempo real e muito depois, com um impacto potencial muito relevante sobre a eleição.
se bem que as redes -como sempre- podem ter sido manipuladas -e muito- por militância paga, por gente mal intencionada, por robôs [software que age como se fosse pessoas, nas redes sociais], etc… como mostra o texto e gráfico dessa análise aqui [sobre robôs na eleição do segundo turno para prefeito, no rio de janeiro].
por outro lado, os esforços para usar a rede para financiar a campanha foram ingênuos e de muito pouco resultado, com uma notável exceção, marcelo freixo, que conseguiu levantar 46% dos recursos para sua campanha de forma digital [como mostra a reportagem deste link, comparando com outras campanhas]. pra comparar, a campanha de barack obama nos EUA, em 2008, que foi a pioneira na arrecadação de recursos online, coletou, no digital, US$500M, mais de 70% de um total de US$778M. em 2012, lá nos EUA, não foi diferente; quase US$700M de um total de US$1B.
a eleição teve muita gente insatisfeita, e não só por razões -digamos assim- essencialmente políticas. houve quem, por exemplo, não gostasse de cantores sendo eleitos vereadores em salvador; preconceito contra a música? não pode ser. o fato é que estranhos no ninho da política, em uma época em que os políticos estão debaixo do mais amplo escrutínio das últimas décadas, estão se tornando uma certa norma, no brasil.
e houve casos de polícia, e sempre há, como um que envolveu uma pesquisa falsa em nome de um grande instituto nacional de pesquisa e de um dos veículos de mídia mais conhecidos de pernambuco, história que está neste link. não adiantou; o resultado da eleição foi mesmo o da pesquisa verdadeira… e a polícia está atrás dos responsáveis pela falsa.
esta avaliação, bem mais detalhada, está no áudio abaixo. boa escuta e até qualquer hora…