o título deste post é o mesmo de um artigo recente de nicholas carr na atlantic monthly, uma das revistas mais respeitadas dos estados unidos, tratanto nosso novo modo de trabalhar informação, em rede, usando google [e similares] como co-processador[s]. num texto muito bem escrito, nick carr traz kubrick, nietzsche, weizenbaum, turing, brin, page, sócrates, platão e outros pra mesma conversa e tudo faz sentido.
segundo carr, google está para o trabalho mental assim como taylor [o dos princípios da administração científica] estava para o trabalho manual. o medir-melhorar-otimizar da “igreja” de taylor para o trabalho industrial é o mesmo fundamento do pai-nosso que se reza no googleplex para o trabalho de conhecimento. nas palavras de eric schmidt, google é… “a company that’s founded around the science of measurement,”… que está tentando… “systematize everything”. uma verdadeira conexão google-taylor.
citada no artigo, maryanne wolf diz que nós não somos o que lemos, nós somos como lemos. segundo ela, o imediatismo e eficiência promovido pela web pode estar enfraquecendo nossa capacidade para o tipo de leitura profunda que emergiu na sociedade quando a prensa de gutenberg tornou-se popular no ocidente. ao ler online, segundo a psicóloga da tufts university, nós nos tornamos meros decodificadores de informação… com a nossa habilidade de interpretar, refletir e fazer conexões de alto nível praticamente desligada pelo efeito da web e seus artefatos [incluindo google, wikipedia, etc].
pode ser, pode ser. pode ser inclusive que este texto que você está lendo agora não faça o menor sentido, por múltiplas razões. primeiro, porque li o texto de nick carr na web; depois porque usei google e outros mecanismos de rede para conferir as informações do texto original; como se não bastasse, escrevi na web, inserindo links daqui pra rede e, finalmente, porque o leitor está lendo o texto na… rede. coisas do presente. fazer o quê?…