de acordo com pesquisa do idc, foram vendidos mais de 21 PCs por minuto no brasil durante o primeiro trimestre de 2008. isso dá quase 2.4 milhões de computadores pessoais nos três primeiros meses do ano, um aumento de quase 19% sobre período similar de 2007, que tinha sido considerado atípico [de tão bom].
segundo o idc, citado pela folha, até 2010 o brasil alcançará o terceiro lugar em volume de vendas de PCs no mundo, atrás apenas de eua e china; pelas contas dos consultores, há cerca de 50 milhões de PCs funcionando no país, no momento.
e a balança comercial com isso? o déficit da balança de eletrônicos, até maio deste ano, já está 61% maior do que no mesmo período no ano passado [que foi, por sua vez, 41% maior que 2006, comparando ano a ano]. estima-se que o rombo passe dos US$20B em 2009, resultado de um mercado interno que compra cada vez mais PCs, laptops, celulares e tudo que tem, dentro, componentes, partes e peças que importamos a granel da ásia, combinado com uma muita dificuldade de exportar o que é produzido aqui, por causa do que se convencionou chamar de “custo brasil”, que agora inclui um real tão valorizado como há uma década.
no passado, quando isso acontecia, fechava-se as fronteiras e se tratava de “substituir as importações”. à medida que o país se globaliza, o mercado [ou seja, todo mundo que não fabrica alguma coisa aqui, só para comércio local] quer os melhores produtos, pelos melhores preços, pouco importa de onde venham. até porque nosso argumento para vender [por exemplo] etanol nos estados unidos é menos barreiras na fronteira e menos subsídios dentro delas. se saímos com etanol, onde somos muito competitivos, os outros vão querer entrar com os produtos onde são muito competitivos. simples assim. antigamente, até que dava para pensar em ser competitivo em tudo. no mundo globalizado e conectado, onde a antiga brahma vai acabar comprando a cerveja símbolo dos eua, só burma e a coréia do norte acham que estão isoladas. por pouco tempo mais.
vamos ter que tomar e implementar decisões sérias de política industrial muito em breve, em muitas áreas. uma delas vai ser a de fabricação de commodities eletrônicas [PCs, laptops, celulares, câmeras, pods…] de baixo peso e alto valor agregado, onde o custo do transporte é irrelevante. ou se cria, aqui, condições para fazermos mais coisas pro brasil e outras partes do mundo ou acabaremos importando tudo pronto, até porque vai ficar, ao fim das contas, mais barato.