logo antes do carnaval este blog dizia que o governador arruda foi pego pelo little brother, o hoje em que todo mundo tem acesso a meios de supervisão [ou espionagem] das ações alheias que, ontem, eram domínio apenas dos melhores serviços secretos.
arruda foi preso pela lei de moore: dobrando a capacidade computacional pelo mesmo preço a cada dezoito meses, a informática chegou até aqui, com microcâmeras a preço de banana e a mesma velocidade de desenvolvimento vai [se acreditarmos em ray kurzweil] levar a um laptop com a mesma capacidade computacional do cérebro humano, por US$1.000, dentro de mais ou menos uma década. clique na imagem para seguir até um texto do próprio kurzweil com os detalhes.
agora veja uma instância bizarra do little brother, na verdade do big little brother, pois operado por uma uma instituição estadual da pennsylvania, EUA: uma escola distribuiu laptops a seus alunos [até aí nada demais], os laps têm câmeras [idem] e software que pode ativá-las remotamente. aí danou-se tudo, até porque um aluno foi repreendido, na escola, em termos de que “deveria se comportar melhor em casa…”.
orwell puro. rolou há poucos dias e a história já tem mais de 1.600 notícias indexadas por google, FBI e procuradores federais na jogada… e vai levar a todo tipo de debate sobre privacidade e intervenção da escola –e/ou do estado, como é o caso- na vida verdadeiramente privada dos cidadãos, sejam eles adultos [empregados] ou crianças e adolescentes [estudantes]. as decisões judiciais que devem se seguir devem estabelecer, em caráter histórico, quais são [de novo] os direitos informacionais dos cidadãos. é esperar pra ver.
quanto à previsão de kurzweil, caso se realize de fato, pode ser que tenhamos que discutir um outro arranjo legal e um novo conjunto de limites, desta vez para máquinas: se seu laptop tiver a mesma capacidade de processamento que você, dependendo do conjunto de regras que ele resolva usar, não só vai “dedurar” um bom números de suas atividades às “autoridades” mas poderá tentar, de várias formas, impedir certos comportamentos legítimos que considere, digamos, perigosos, ofensivos, um risco ao estado e sabe-se lá mais o que.
este, sim, vai ser o verdadeiro big little brother.