SILVIO MEIRA

a origem do cérebro humano

080608_brainevolution_300-nerves-synapses-edu-genes2cognition.jpggenes2cognition é um consórcio de alguns dos principais centros de pesquisa do planeta, cujo propósito é estudar genética, cérebros e comportamento de forma integrada.

o desafio do grupo é entender como o cérebro humano evoluiu até aqui e quais as vantagens e  "problemas" de "projeto e desenvolvimento" que geram certas capacidades e/ou deficiências.

as descobertas indicam que, ao longo de centenas de milhões de anos de evolução, certos tipos de animais passaram por uma evolução bem mais radical do que outros no que tange à complexidade das conexões existentes entre os nervos, as sinapses, no cérebro.

segundo o professor seth grant, do wellcome trust sanger institute, mais cérebro não significa mais capacidade ou poder de processamento de informação. de acordo com o professor… "apesar de muitos estudos terem considerado o número de neurônios no cérebro, nenhum estudou a composição molecular das conexões neuronais. e nós encontramos diferenças dramáticas na quantidade de proteínas nas conexões neuronais de diferentes espécies".

ainda segundo o professor"nós estudamos cerca de 600 proteínas encontradas nas sinapses dos mamíferos e ficamos surpresos ao encontrar apenas metade delas nas sinapses de invertebrados e somente um quarto do total em unicelulares, que obviamente não têm cérebro". 

finalmente, o professor grant conclui que "este trabalho está criando um modelo novo e simples para entender a origem e diversidade dos cérebros e o comportamento resultante em todas as espécies; nos estamos chegando mais perto de entender a lógica por trás da complexidade dos cérebros humanos".

depois de haver entendido boa parte do mundo físico ao nosso redor [o landScape] e estar no processo de descobrir as verdades sobre nossos corpos [o bodyScape], a ciência avança na direção da mente [o mindScape], tendo que para isso entender a evolução e os príncípios de funcionamento do cérebro.

nosso conhecimento sobre a parte do corpo que realmente nos move ainda é extremamente primário; nas próximas décadas, saberemos muito mais sobre como o cérebro, de fato, funciona. e teremos uma capacidade muito maior e mais precisa para resolver seus problemas, quando ocorrerem. e talvez para construir artefatos que se comportem como se tivessem, digamos, um "cérebro" como o nosso.

alguns sistemas nem tão primários já estão sendo testados em laboratório [veja aqui e aqui] e os resultados são muito interessantes. o objetivo último deste tipo de esforço é construir um sistema artificial consciente, o que gerald edelman considera que seria a notícia mais fantástica de todos os tempos, talvez perdendo em interesse apenas para mensagens de [ou encontros com] extra-terrestres

ao mesmo tempo, e à medida em que as tecnologias associadas começarem a emergir, vamos poder alterar o cérebro, aqui e ali, para tentar fazer com que ele faça coisas de que não é capaz hoje [e não faça outras que julgarmos "desnecessárias"]. e é aí que moram a oportunidade o perigo: reprogramar cérebros, alterando o pool de proteínas das conexões neuronais, por exemplo, não é algo trivial e de conseqüências triviais. mas será possível e, sendo possível, será feito. quem viver verá.

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Silvio Meira é cientista-chefe da TDS.company, professor extraordinário da CESAR.school e presidente do conselho do PortoDigital.org

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