saímos das olimpíadas, estamos nos campeonatos e meetings, vem aí a copa. há humanos competindo o tempo todo, em todo lugar. de bolinhas de gude a tiro ao alvo, passando por pebolim, salto e ciclismo. nesta última modalidade, aliás, o aumento de performance humana através de meios ilícitos é endêmico.
o doping tem a mesma idade das competições. e a luta contra o doping é tão velha quanto. e não há sinais de que a refrega termine ou mesmo diminua. isso levou a wired a fazer um artigo interessante sobre a próxima geração de doping, que passa por aumentar a performance do sangue, aumentar a potência e resistência da musculatura [geneticamente] e, talvez ao mesmo tempo, criar mais músculos e diminuir a sensação de dor [como resultado de esforço físico extremo] e por aí vai.
a idéia geral por trás das novas formas de doping é criar oportunidades de melhoria da perfomance humana que pareçam tão naturais quanto possível, ou seja, que tornem o processo [e seu resultado] quase impossível de ser qualificado como doping. e isso é parte da discussão muito mais ampla de modificação -ou reengenharia– do corpo humano, baseada em engenharia e tratamentos genéticos, coisa que não é recente, e ainda vai dar muito o que falar.
mas o fato é que os seres vivos são "construídos" por um "programa", escrito na forma de seu DNA, e os atletas são parte integral desta história. e a tentação de aumentar a performance física, "reprogramando" corpos e, por outro lado, de "criar" atletas de maior performance, partindo da concepção, será tão maior quanto mais entendermos as tecnologias envolvidas. e nosso entendimento [e uso] da engenharia genética está aumentando muito rapidamente…. o que vai levar -possivelmente- à tentação de "programar" humanos, atletas ou não, em escala muito maior. afinal de contas, se podemos ter uma performance melhor em matemática [podemos?…] porque não deveríamos ter?…