bem, não se sabe ao certo. mas é o que parece dizer um artigo de kirschner e karpinski publicado na revista acadêmica computers in human behavior. o artigo, cujo título é “faceBook and academic performance” diz logo na abertura que seus resultados…
…show that Facebook users reported having lower GPAs and
spend fewer hours per week studying than nonusers…
…mostram que usuários de faceBook relataram menores notas [GPA, grade point average, um coeficiente de rendimento escolar] e gastam menos horas por semana estudando.
o artigo considerou um pequeno grupo de alunos, americanos, e uma das conclusões é de que, entre os alunos que acreditam que faceBook pode causar um impacto em sua performance acadêmica [cerca de 25% da amostra], 75% indicam que este impacto é negativo, nas notas inclusive.
um dos principais efeitos do uso de faceBook [e provavelmente de outras redes de relacionamento, não consideradas no estudo] é o aumento do índice de procrastinação, com os alunos deixando para estudar depois de fazer “tudo” o que tinham que tratar com suas relações sociais [virtuais].
aqui pra nós, isso mostra que faceBook é o problema? não, não mostra. o problema pode ser que a escola –e as oportunidades de aprendizado que rolam por lá, para a vasta maioria dos alunos- deixou de ser interessante. aliás, disso se pode ter certeza; a escola não acompanhou a linguagem dos “alunos”, especialmente nestas últimas duas décadas de games e rede, de games em rede.
será que a escola não deveria usar isso a seu favor? sim, e é isso que os governos do rio de janeiro e pernambuco estão tentando fazer, e com resultados muito interessantes, usando uma plataforma de redes sociais para jogos interativos [uma olimpíada, online, de jogos e educação, uma rede social para “jogar” conteúdos do currículo escolar…] para trazer os alunos de volta para o “ambiente” escolar. ainda por cima, este experimento em grande escala já criou a joyStreet, um dos startups mais interessantes do portoDigital.
imagine que a escola transcenda prédios, práticas e processos seculares e adote –também- um novo ambiente e linguagem, se expandindo para ele, em rede. se houvesse cada vez mais ambiente e conteúdo educacional interessante e interativo, jogável e em redes sociais, será que não aprenderíamos muito mais, muito mais rápido?
esta é uma pesquisa acadêmica que deveria ser feita de imediato. os resultados, dado um ambiente que capturasse a imaginação dos aprendizes, quase certamente nos diriam que o problema apontado pelo estudo que citamos no começo deste texto é da escola… e não da rede social.