estudo recente da comscore, especialista em análise da web, mostra que o número de pessoas que clica em anúncios do tipo display [ou banner, como a gente diz no brasil e como o que está lá no topo desta página] caiu mais de 50% nos EUA. a porcentagem de pessoas que clica um display despencou de 32 para 16% de quem vê uma página com um deles na web. e isso nos últimos 20 meses. como se não bastasse, meros 8% dos usuários responde por 85% dos clicks… deve ser algum tipo de vício, talvez doença, bannerite crônica.
este tipo de estudo e dado é muito mais raro no brasil, mas pode-se assumir [sem muito medo de errar] que os padrões de uso e consumo de rede, aqui, não demoram muito a se tornarem similares aos dos EUA.
e isso tem implicações não triviais para modelos de negócios dependentes de propaganda online, especialmente na forma de banner e usando a medição padrão de banners impressos vs. clicados. isso porque, na maioria dos casos, o custo de manter coisas como este blog é suportado pelos tais banners, como se vê acima. se os leitores não estão nem aí para anúncios, vai ser preciso ir atrás de outras fontes de renda e modelos de negócio para manter uma boa parte do conteúdo que se vê na web. isso porque a quase totalidade dos leitores [inclusive o locutor que vos fala] está pouco disposto a pagar por conteúdo na rede.
máquinas de busca como google e bing são bem menos afetadas por tal tipo de comportamento, porque o anúncio que veiculam é muito mais dirigido; afinal, sabem exatamente qual é o interesse do usuário.
já para outros tipos de sites, a coisa é mais complicada. twitter, por exemplo, nem pensou em botar anúncio em sua página. e nem adiantaria, já que mais de 80% dos usuários não vai ao site twitter.com. eu mesmo nunca vou lá; uso um número de ferramentas [como seesmic] que tratam, de longe, a minha interface com a rede social.
esta conversa tem a ver com um texto que este blog acabou de publicar, sobre como um dos maiores jornais ingleses, the guardian, está se reescrevendo [na web 3.0] para tentar criar um novo tipo de ecologia de negócios ao seu redor. vá ver. o exemplo do guardian é muito interessante, porque representa um caminho alternativo para um negócio de informação na rede. e a busca por novos modelos de negócio para financiar conteúdo na web, hoje, não é só importante. é, também, relevante e urgente.
[acima, a rua do mercado, em manchester, onde ficava a primeira redação do guardian, no séc. XIX.]