o [des]governador do distrito federal corre o sério risco de ver o carnaval nascer quadrado. foi pego em áudio e vídeo digital, testemunha da farta distribuição de notas de todos os valores a gente de muitos matizes da política brasiliense.
no passado, a tecnologia que pegou arruda era domínio exclusivo da CIA, MI5 e KGB. mas bote uns 30 anos de lei de moore, com a capacidade do hardware dobrando a cada 18 meses pelo mesmo preço e… voilá: como se de repente, qualquer pessoa pode comprar uma “camera-espiã” de boa resolução, miniaturizada, conectada, capaz de gravar arruda de perto e de longe para assombrar os espectadores dos telejornais noturnos.
e muito mais gente: você já imaginou quantos escândalos estão esperando para ser revelados, em todos os escalões do poder, daqui até as eleições [e depois]?… as câmeras estão em todo canto, até nos tênis, como você pode ver na imagem abaixo; em tese, pelo menos, você está sempre agindo e falando para uma câmera. o incrível, mesmo, é como a maior parte dos políticos corruptos ainda não “captou esta mensagem”.
parece “big brother”, não é? parece, mas não é. trata-se de “little brother”, que apareceu recentemente neste blog: todos, e cada um, podem espiar o que todo o resto está fazendo, da babá torturando o bebê ou a vovó, ao político e empresário corruptos destruindo ou se apossando da coisa e causa públicas.
desde o começo e até aqui, isso tem sido uma caixa de pandora: uma vez disponível a baixo custo para aplicações que passam por analisar o comportamento de espécies raras em seu habitat natural, os dispositivos se espalham pela sociedade e podem [e vão] ser usados por todo mundo, para o bem e para o mal.
sim, porque o efeito “little brother” pode servir para muita coisa boa, como botar o arruda pra desfilar na [des]unidos da papuda, nem que seja só por um carnaval; mas a perspectiva de estar na academia, malhando e sendo filmado sem seu consentimento, para virar estrela de humor no youTube daí a alguns minutos… não necessariamente agrada ninguém…
exatamente por isso é que podemos esperar para breve um projeto de lei dando a câmeras em miniatura [e celulares?…] o mesmo status de armas letais, que se tornariam privativas dos órgãos de sua segurança de suas excelências. será que alguém teria coragem de tramitar uma tal proposta?
provavelmente sim. nossa resposta? simples: preferimos o “little brother”. falta total de controle é sempre muito melhor do que controle total. no intervalo entre os dois, a vida real [pelo menos aqui, agora], e para todos os casos de uso indevido da imagem de terceiros, já existe uma constituição e as instituições democráticas.