a brasscom, associação das empresas do setor de software, informa: em 2008, as exportações brasileiras de serviços de software cresceram 75%, atingindo US$1.4B, o que levou o país a saltar da décima posição que ocupava em 2007 para a quinta, o que não é feito menor, dado que somos o oitavo mercado de TICs do planeta.
o mercado global, que era de US$50B em 2007, cresceu 40%, passando a US$70B em 2008 e pode chegar, segundo previsões da at kearney, a US$100B em 2010. metade deste crescimento será atendido por uma fonte: a índia. entre os que competem pela outra metade, estão o brasil, china, argentina, méxico, chile e outros países menos votados.
o brasil quer mais que triplicar suas exportações de software nos próximos anos, para US$5B, o que poderia gerar entre cinquenta e cem mil empregos no setor. parte do dever de casa é aumentar a performance da produção, trazendo mais e melhor educação e inovação para as empresas e seus colaboradores. a outra parte, muito mais complexa, é simplificar o brasil, diminuindo os custos de contratar, aqui, o que hoje vai pra índia e outros países.
ao contrário do que alguns pensam, não se trata de pagar salário-escravo pra engenheiros e programadores, mas diminuir impostos e custos trabalhistas e operacionais que separam o brasil das nações que estão participando a sério da economia do conhecimento. é possível redesenhar o conexto trabalhista brasileiro para a economia dos processos e do conhecimento? tomara que sim… pois os novos empregos não vão vir da agricultura e da indústria.
e não há melhor hora para fazer tais mudanças do que agora, no meio de uma crise que, por si só, está redesenhando o mundo. se não vamos –e não vamos- trazer muito mais indústria clássica, daquela da revolução industrial, que gerava emprego em massa, para cá, bem que poderíamos nos aplicar para tornar o país, de verdade, mais competitivo em software.
há sinais de mudança no ar: o chanceler brasileiro disse recentemente que o brasil é uma “república de software, aviões a jato…”, se libertando pelo menos em parte de um imaginário que, há meros cinco anos, o levou a dizer [em relação à índia] que… “nossas economias se complementam. eles têm o software; nós temos a indústria de alimentos mais competitiva do mundo”. bem vinda seja sua mudança, senhor ministro, e mãos à obra. ainda temos muito o que fazer para sermos, de fato, uma república de software.