este blog já falou mais de uma vez sobre as possíveis e nunca provadas conexões entre o uso intensivo de celulares e o câncer em seres humanos. para ter uma idéia do que discutimos aqui, leia celulares e câncer: a discussão recomeça, que precedeu radiação e [ou melhor, em] você e que foi seguido por celulares e câncer [de novo]. neste último, falamos de um texto do theage, que cita um dos grandes neurocirurgiões da austrália:
Vini Khurana, who conducted a 15-month "critical review" of the link between mobile phones and malignant brain tumours, said using mobiles for more than 10 years could more than double the risk of brain cancer.
a controvérsia sobre o assunto é de muito grande porte, como você poderá ver em www.cancer.gov. mas parece que celulares –e seu uso intensivo- também podem ter efeitos benéficos: gary arendash, da university of south florida, expôs ratos geneticamente modificados para terem a doença de alzheimer a duas horas diárias de radiação similar a dos celulares, por períodos de sete a nove meses.
o que ele e seus colegas esperavam era que a exposição intensa ao “celular” aumentasse os efeitos do mal de alzheimer, mas o que aconteceu foi exatamente o contrário: mesmo com alzheimer, ratos “banhados” por radiação de celulares mostraram ser tão capazes, em testes de raciocínio e memória, quanto ratos saudáveis. por que? aparentemente porque a radiação celular controla [ou zera] o nível de beta amilóide no cérebro, diminuindo e até revertendo os efeitos da doença.
resultado? arendash acredita que é preciso investir em um novo campo da neurociência, o de efeitos de longo prazo do eletromagnetismo na memória. pode ser. e pode ser que a radiação de celulares seja mesmo benéfica para seres humanos com alzheimer.
como a doença é letal, de causas e progressão ainda não completamente determinadas, e não há tratamento efetivo conhecido, uma ou duas horas de celular por dia pode ser um procedimento relevante para quem sofre de alzheimer. no mínimo, o paciente ficará conectado, por muito mais tempo, a pessoas, grupos e fatos que podem lhe interessar, enquanto se descobre se o tratamento é mesmo efetivo em seres humanos ou não.
enquanto isso, o debate sobre os efeitos de radiação celular em humanos continua. abaixo, imagem da wikipedia sobre absorção específica de radiação celular [pelo cérebro humano], SAR. nos EUA, o limite para SAR é 1.6W/kg; na europa e no brasil, é 2W/kg. todos os celulares, na prática, obedecem o limite americano.