Na cozinha. a china, capital mundial do trabalho barato, está começando a deixar de sê-lo. há tempos, o blog comentou que a foxconn, o trabalho por trás do hardware da apple, iria tratar parte de seus problemas nas linhas de montagem com um milhão de robôs nas fábricas. aliás, também dissemos [em recuperação sem empregos e porque você deveria aprender a programar, aqui] que a retomada da economia global não está diminuindo os índices de desemprego como deveria. as novas fábricas, que fazem o caminho de volta da china para a europa e EUA, não precisam dos trabalhadores que lá estavam antes de irem para a china.
pra não correr o risco de escrever um longo post sobre o assunto, veja os detalhes nos dois links anteriores. hoje, vamos falar da substituição de cozinheiros de lai mein, o “macarrão chinês” feito [puxado] na hora, por robôs. o salário anual de um lai mein chef, em beijing, é US$6400; um robô-cozinheiro [chinês, também] custa US$1600. os donos de restaurantes fazem as contas e… compram robôs. não se trata de nada muito especial, apenas uma máquina que puxa as tiras de noodles de um bloco de massa e tem um aspecto de um robô humanóide., como se pode ver no vídeo abaixo.
em dois meses, 3.000 destas coisas já foram vendidas. impressionante, pois se trata da primeira geração de uma máquina elementar. versões mais elaboradas, capazes de fazer muito mais, por um preço não muito maior, certamente estão a caminho.
o custo e a complicação trabalhista, aliados ao analfabetismo funcional na base do mercado [conhece algum lugar assim?…] exportou para a china todos os empregos que podiam ser deslocalizados [eletrônica, têxteis…]. agora, a china 2.0 vem pra cá com máquinas, feitas por lá, que vão exterminar determinados tipos de empregos que ficaram aqui, por razões ainda mais óbvias do que as de lá.
os chineses têm companhia neste mercado. exemplo? a momentum machines, de san francisco, vai lançar um robô industrial que produz seis pratos por minuto, ou 360 por hora, e substitui os cozinheiros e auxiliares de uma hamburgueria. se tiver suprimentos, o robô poderia operar sozinho por dias a fio, recebendo ordens e pagamentos dos usuários, preparando a comida e entregando por uma janela, à semelhança de um caixa automático. e a momentum cita, como vantagens de sua “cozinha robotizada”, a limpeza, consistência, qualidade e individualização dos pratos, com o cliente podendo pedir um hambúrguer quase do jeito que quiser [se o “sistema” deixar, claro], dependendo dos ingredientes disponíveis. em breve… capaz de estar num restaurante perto de você.
resumo da ópera [da cozinha]? tudo o que puder ser automatizado será. mais cedo ou mais tarde, começando por funções que parecem humanas mas não são, como “puxar” lai mein. se você está pensando no futuro de quem fazia tal trabalho e não fará mais, mude de posição e passe a pensar no presente de quem faz, o dia todo, a mesma coisa… e a coisa é “puxar” lai mein. uma das principais razões pelas quais a china está comprando os robotchefs é que os jovens, lá, não querem mais fazer tal trabalho. e levou pouco tempo, lá, entre as pessoas não terem trabalho nenhum e poderem escolher que trabalho fazer. se a gente tivesse uma estratégia de mundo, para o brasil, já estaríamos fazendo a mesma coisa aqui, agora. mas é questão de tempo… pouco tempo, pra gente acertar o passo e ir pro futuro. todos. juntos.