a SUN microsystems, que já foi uma das empresas de tecnologia mais importantes da rede [arquitetura sparc, java, openOffice e, mais recentemente, mySql], e do mundo, esteve para ser vendida, poucas semanas atrás, para a IBM. não rolou. por um número de razões, a IBM desistiu em cima do laço. e há quem diga que a IBM, ao comprar a SUN, estaria comprando algo que pareceria muito com uma parte de si mesma.
enfim, não deu. e aí larry ellison, dono da oracle e uma das figuras mais singulares do silicon valley, resolveu comprar [por US$7.4B] a companhia que, mais de duas décadas atrás, criou o slogan "the network is the computer", ou a rede é o computador, antevendo que um dia tudo o que gostaríamos de ter num computador [e muito mais] estaria, na verdade, na rede. a noção de "nuvem", ou "cloud computing" já fazia parte do credo da sun antes mesmo da internet a rede que vemos hoje.
diz-se que larry ellison gostaria muito de ser a apple do mercado corporativo. comprando a SUN, ele pode ter se tornado outra IBM, com quem vai competir diretamente, agora, no mercado de servidores. e a oracle comprou um conjunto de problemas, também. a companhia é um dos líderes no mercado mundial de sistemas de gerenciamento de banco de dados [SGBD] e tem muito pouca aproximação com a comunidade de software livre. junto com a SUN, a oracle passou a ser dona do SGBD líder do mercado aberto, mySql, que tem mais de 11 milhões de instalações no mundo todo. em muitas empresas pequenas e médias, no meio desta crise, "trocar oracle por mySql" tem sido uma das formas de salvar recursos preciosos. qual será, na oracle, o futuro de mySql?…
olhando de longe, parece que a microsoft não tem nada a ver com o assunto, mas tem. ellison nunca deixou de bater em redmond sempre que teve oportunidade. e até procurou as oportunidades quando elas não eram assim tão claras. só que, agora, ele também vende sistemas e isso pode levar empresas como dell e HP a olharem com outros [mais carinhosos] olhos para a microsoft, que não tem nem parece querer ter um negócio de hardware para competir com seus principais clientes. tempos de crise são tempos estranhos. sempre…