o debate online virou uma conversa-sabatina com marina silva; parabéns pela decisão de continuar a conversa em rede, candidata. o blog está fazendo uma série de perguntas aos candidatos, que começou pelo megaproblema de universalização de acesso, continuou pela discussão sobre regulamentação –ou de marco legal- da internet.BR e, no texto passado, tratou do que a rede tem –potencialmente, pelo menos- a ver com a melhoria da qualidade e quantidade de oportunidades educacionais para todos os brasileiros.
continuando nossa conversa, que terá ou não respostas dos candidatos, mas que vem de perguntas que são feitas, quase todo dia por muita gente em toda a web brasileira, aqui vai mais uma, que tem a ver com nossa própria capacidade de empreender na web, com a web e, porque não, a própria web:
4. que políticas o[a] candidato[o] vai por em prática para estimular a criação de negócios na, com e de web, especialmente os últimos, que seriam empreendimentos brasileiros, baseados no brasil, para a web em todo o mundo?…
explico: entre os brasileiros que estão na web [ver pergunta 1…], estamos entre os indivíduos que mais usam a rede, em todo mundo [ver pesquisa recente aqui]. e isso há muito tempo, desde que o brasil começou a entrar em rede. mas, do outro lado –o do serviços em rede- o brasil vai muito mal: quase nenhum dos sites ou serviços de sucesso na web, no brasil, é brasileiro.
isso quer dizer que deve haver dificuldades muito grandes em empreender com, na e para a rede, no brasil. o mercado nacional, olhando só para o número de pessoas na rede, pode ser multiplicado por um fator de dois ou tres na década, e este mercado, fora do brasil, é muitas vezes maior.
as razões pelas quais não há empreendimentos brasileiros em muito maior quantidade, na rede, passam certamente por questões de política nacional que resvalam [por exemplo] no malsinado “custo brasil” e em várias de suas perversas manifestações, incluindo uma legislação trabalhista do século XIX que se tenta aplicar, na economia da informação, para trabalhadores de conhecimento… em pleno século XXI. duzentos anos de atraso conceitual, pelo meno.
e não precisa ninguém com muito conhecimento de web e criação de novos negócios para entender que uma política verdadeiramente nacional de geração de empreendimentos que usem intensamente a web ou que sejam negócios nativos da web, da rede, pode ser uma alavanca para uma participação bem maior de empreendimentos brasileiros na web mundial, gerando trabalho, emprego e renda no país. segundo andy grove, fundador da intel, o objetivo primeiro de toda política de estado deveria ser a criação de empregos de qualidade no país. isso é possível e provável, na web brasileira, se houver alguma mudança no cenário político… que venha a servir de ponto de apoio para tomada de risco e investimentos brasileiros na rede.
em todo o parágrafo anterior, o grande problema é o SE… num país que, nas últimas décadas, vem paulatinamente se comoditizando. daí a pergunta, agora talvez só pra marina silva: vamos ou não vamos ter políticas nacionais que incentivem a criação de negócios brasileiros, de classe mundial, na web?…