a encyclopaedia britannica acaba de anunciar que a edição de 2010 foi a última publicada em papel. daqui pra frente, só nos browsers e apps. quase certamente se vai, também, o conceito de "edição". você nunca ouviu falar numa "edição" da wikipedia: ela é atualizada o tempo todo, à medida que são feitas novas descobertas e ocorrem novos fatos. a britannica não tem alternativa a não ser fazer o mesmo. afinal de contas, passou o tempo em que podíamos esperar dois anos [o tempo entre edições da encyclopaedia] para "saber" o que aconteceu no mundo. imagine, dois anos!…
a literatura está sendo digitalizada na velocidade da rede. isso já aconteceu antes, com música e vídeo, mas faltavam plataformas para os livros, coisa que apareceu com kindle, nook e, depois, iPad, todos os tablets android e, breve, windows 8. e não mais que de repente [do ponto de vista da velha indústria do livro] a coréia anunciou [em julho de 2011] que todos os seus livros didáticos seriam digitalizados até 2015. todos os livros, de todos os conteúdos, para todas as escolas. a partir de 2015, todos os estudantes coreanos vão estudar sem precisar –na verdade, sem poder!- manipular um livro de papel, coisa que provavelmente, a partir daí, jamais farão no resto de suas vidas.
no vídeo abaixo, uma curta entrevista para a fliporto [em novembro de 2010] eu chuto [conscientemente] que o livro será digital em larga escala ainda nesta década e, em de vinte anos, será artigo de museu, de colecionador. claro que é muito arriscado fazer previsões e você diria… "mas nos países desiguais, onde muitas escolas ainda não têm nem eletricidade"?… pois é: como o livro digital é muito [mas muito mesmo] mais barato, quem sabe a gente não economiza uma boa parte do que se gasta com papel exatamente para manter as escolas? em 2012, só o custo dos livros, sem distribuição, passou de R$1 bilhão. quanto conseguiríamos economizar no digital?… sem nem pensar no que mais seria possível fazer com o digital?