SILVIO MEIRA

design do futuro: de partes do corpo?

Imagine que você fosse desenhar um novo tipo de ouvido. não só a orelha, mas o ouvido, inteiro. orelhas e ouvidos originais são biológicos, mas seu desenho pode escapar dos limites da biologia e usar quase tudo o que estiver ao redor e puder ser “colado”, de forma mais ou menos transparente, ao substrato biológico, que é o que vai ser “ligado” ao corpo. no caso de um ouvido, à face e ao cérebro. escolhas triviais são eletrônica e computação, o que pode levar a partes artificiais do corpo que podem substituir as naturais… com muitas vantagens, por sinal.

cientistas das universidades de princeton e johns hopkins, EUA, usaram uma impressora 3D, um substrato estrutural de silicone, células do tecido cartilaginoso [condrócitos] e um polímero condutor, baseado em nanopartículas de prata para imprimir um ouvido que ouve muito mais e talvez melhor que os nossos. a figura abaixo mostra do projeto em CAD [A] ao ouvido “impresso” [C]…

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o “mais e melhor” do parágrafo acima não é só brincadeira: como dá para escolher como imprimir o ouvido e as funcionalidades desejadas, os pesquisadores fugiram do imaginário ocupado pelos ouvidos normais e fizeram um que “ouve” rádio. sim, eu sei que seu ouvido “ouve” rádio, mas ele precisa de um rádio, para sintonizar a estação e falantes para gerar o som, tradução das ondas de rádio para sonoras que seu ouvido pode ouvir… e “este” ouvido, “impresso”, pode “ouvir” ondas de rádio diretamente. ou, se você quiser, funcionar como um rádio. que tal?

como mostra a figura abaixo, o ouvido biônico de princeton capta frequências que vão dos ouvidos normais até muitos gigahertz [parte B da imagem], e poderia ser sintonizado para ouvir o que fosse mais interessante, da mesma forma que se faz com um rádio. feito apenas de biologia e eletrônica, este ouvido artificial não tem qualquer capacidade de processamento de dados, o que certamente deve ser uma agenda de pesquisa para o futuro próximo.

por enquanto, nem pense em ir a seu otorrino querendo um destes. mas pense nas possibilidades de médio prazo para qualquer parte do corpo com algum problema e mesmo sem qualquer problema: se houver uma outra, de “reposição”, que seja bem mais eficaz e eficiente do que a original, que talvez tenha funcionalidades que vão muito além do natural [nosso “ouvido” impresso podia ter “olhos” também…], você iria querer uma ou não?… breve, numa loja de partes do corpo perto de você.

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Silvio Meira é cientista-chefe da TDS.company, professor extraordinário da CESAR.school e presidente do conselho do PortoDigital.org

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