Não é qualquer país que conseguiria de um ex-presidente americano um elogio como o que é feito no vídeo a seguir. falando do sistema eletrônico de votação da venezuela, jimmy carter diz, com todas as letras, que se trata do melhor do mundo. vindo do criador do mais reconhecido centro para observação e acompanhamento dos processos democráticos no planeta, não é pouca coisa. veja, pois.
e isso foi há pouco tempo, depois da eleição do ano passado, que usou a mesma tecnologia que elegeu o atual presidente do país. a mais recente disputa por votos na venezuela foi um 51×49; se 1% do voto mudasse de lado, a oposição estaria na presidência. se as eleições não fossem eletrônicas e auditáveis, porque há uma trilha de papel correspondente ao voto eletrônico, que pode levar à recontagem manual de tantas urnas quantas se quiser, a venezuela estaria numa enrascada.
não que já não esteja numa, por várias outras razões. se o processo eleitoral, lá, tem vários dos mesmos problemas do brasil [como a concentração de poderes no agente do processo eleitoral], pelo menos as urnas, na terra de bolívar, não têm o problema fundamental das nossas, que não possibilitam auditoria independente, e há que se acreditar na palavra da autoridade eleitoral nacional sobre a lisura do processo.
se, algum dia, tivermos uma disputa daquelas de decidir a chegada na imagem… onde estará a imagem, pra decisão? temos que esperar a coisa dar errado para cuidar disso?
o “sistema” democrático venezuelano e a forma de governo que dele resulta tem muitos críticos em todo mundo, inclusive no brasil. mas as urnas [se não o sistema eleitoral como um todo], como diz carter, estão entre as melhores do mundo. bem que a gente poderia baixar um pouco a arrogância eleitoral nacional e trazê-las pra cá. a democracia, aqui e no continente, agradeceria muito.