SILVIO MEIRA

futebol, redes sociais [e violência]

briga de torcida de futebol não é nenhuma novidade, é má notícia. e há muito tempo. e tampouco é novidade, hoje, que as articulações internas [numa “organizada” qualquer] e externas [pra combinar confusão] sejam feitas pela internet. e tem o day after: a série de eventos, na rede, que vai levar à próxima confusão.

a rede, como mecanismo essencial da bagunça e violência do futebol, em escala, está aí desde que redes sociais como orkut, há meia década, começaram a invadir o brasil. clique aqui para ver uma notícia sobre o assunto, publicada em 2005, sobre violência de torcidas no rio e neste link aqui, também de 2005, sobre a confusão em são paulo.

e ninguém estava copiando ninguém: os mais jovens, principalmente, aprendem qualquer coisa nova muito rápido e se apoderam de novos meios, de qualquer tipo, desde que sejam eficientes e eficazes, para atingir seus, digamos, objetivos. no caso dos brigões das torcidas organizadas, as redes sociais [e a profusão de lanhouses da periferia] caíram do céu, em termos e eficácia e eficiência, para articular e coordenar os processos, métodos, meios e pessoas que levam à violência que vemos antes, durante e depois dos jogos.

mas parece que muita gente continua se surpreendendo [pelo menos aparentemente] que uma coisa que “poderia ser tão boa…” [sic] para a humanidade, como a rede, seja usada para fomentar a violência. este é o tom do noticiário que, no fim de semana passado, deu conta da pancadaria entre galeras do são paulo e palmeiras, lá no distante itaim paulista. a manchete, aqui mesmo no terra, foi: Briga entre 400 torcedores foi marcada pela internet, diz PM. dos 400 envolvidos, 158 foram parar na delegacia do jardim noêmia, e a foto que ilustra a matéria está logo abaixo.

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fazer qualquer coisa “pela” ou com “ajuda da” internet não é mais novidade. tudo passou a ser feito tendo a internet como, no mínimo, coadjuvante de primeira grandeza. segundo uma atendente de um motel de recife que tem internet em todas as suítes, aquelas onde o PC e a rede não estão funcionando só são ocupadas em “noite de fila e quando o casal ‘tá muito precisado’”. e quem quiser pode pedir uma webcam à recepção; o que quer dizer que há muita gente, por aí, fazendo sexo “em rede”, na rua, na chuva e no motel, além da casinha de sapê.

pois bem: sabendo que a rede faz parte do cotidiano das torcidas e das “organizadas”, tá mais do que na hora de pararmos de nos surpreender com isso. temos que passar a usar as redes onde as galeras se encontram pra tratar o problema, antecipando ações de prevenção e controle. ao mesmo tempo, redes sociais têm um imenso potencial motivacional e educacional, que deveria estar sendo melhor usado para articular a grande maioria dos torcedores e torcidas que está interessada em times, jogadores, futebol e campeonatos e torneios, e não em violência e quebra-quebra.

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Silvio Meira é cientista-chefe da TDS.company, professor extraordinário da CESAR.school e presidente do conselho do PortoDigital.org

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