segunda passada a gente falou de gente em TICs, no mercado americano, onde mesmo depois do naufrágio de alguns grandes bancos de investimento a perspectiva de mercado de trabalho para profissionais de TICs continua muito boa. falta gente e os salários estão subindo. segunda mesmo saiu um texto no K@W [Not What, Not How, but Who? Western Companies Face a Worldwide Talent Crunch] sobre as dificuldades que as companhias ocidentais -muitas delas vivendo em mercados de crescimento exponencial, como certos nichos de TICs- estão tendo para contratar gente, principalmente gente senior, líderes de projeto com dez ou mais anos de experiência.
jim hemerling, da consultoria BCG [de san francisco], diz que dois fatores estão por trás da "guerra" por talento: a "significant aging of the workforce in North America, Europe and Japan… shrinking the supply of experienced people in developed markets", e o crescimento das "rapidly developing economies, or RDEs, driving up demand".
segundo hemerling, um de seus principais clientes diz que… "We used to worry about what to do from a strategy standpoint. Then we worried about how — operations. Now, in addition to strategy and operations, we worry about who. Who is going to be there to get the work done? In fact, our biggest challenge is not what, it’s not how — it’s who." ou seja, a preocupação principal das empresas deixou de ser o que ou como fazer e passou a ser com quem fazer. não há gente.
e isso não é só no setor de TICs. e o que as companhais estão fazendo? além de rodar o mundo atrás de gente, contratando para si e terceirizando com outros, entraram no setor educacional e estão formando seu próprio pessoal. este é o caso de companhias tão diversas como motorola, na índia e embraer, no brasil. aqui, a empresa que já fabricou quase 5.000 aeronaves [que voam em quase 80 países] começou a formar engenheiros para si própria desde 2001, em um programa de especialização dirigido a engenheiros recém-formados. de lá pra cá, cerca de 1000 engenheiros entraram no programa de especialização da embraer, feito em parceria com o ITA, e todos os 850 que já terminaram foram imediatamente contratados. outros 150 estão no pipeline, no momento, para atender a demanda por projetistas e construtores de tudo que entra na fabricação, manutenção e evolução de uma aeronave, inclusive [e muito] software.
se você está afim de trabalhar com aerodinâmica, estruturas, comandos de vôo, aviônica, engenharia elétrica e eletrônica, software embarcado… tá na hora de se inscrever no processo seletivo da especialização da embraer. só há lugar pros cem melhores, as inscrições já começaram e vão até nove de novembro. e boa sorte.