o ministro hélio costa resolveu disparar todas as baterias a favor da TV e rádio, meios de comunicação que tiveram seu auge entre o fim da segunda guerra mundial e a queda do muro de berlim.
segundo o ministro… Essa juventude tem que parar de só ficar pendurada na internet. Tem que assistir mais rádio e televisão. O setor de comunicação fatura R$ 110 bilhões por ano. Desse total, somente R$ 1 bilhão é do rádio e R$ 12 bilhões das TVs. O resto vocês sabem muito bem onde está…
a defesa do rádio e da TV foram assunto da palestra ministerial na abertura do 25º congresso brasileiro de radiodifusão, promovido pela associação brasileira das emissoras de rádio e televisão [abert] em brasília, ontem.
o problema não é que a “juventude” está “pendurada” na internet. a verdade é que a internet, por ser [entre muitas outras coisas] bidirecional, pessoal e de alcance mundial, transforma o que se costumava chamar de público, ou audiência, em usuários, ou comunidades. cada um é seu próprio canal, cada um é e controla, articula, comunica e edita seu próprio fluxo de informação. e, como se não bastasse, sua própria rede [social]. o programador central, das cadeias de rádio e, principalmente, de televisão, não tem qualquer função na internet. ainda mais na internet em tempo real, que começa a aparecer aqui e ali, como no twitter.
a única forma de levar os jovens [e os “velhos”!…] de volta, pelo menos em parte, para o rádio e TV é trazer os dois para a rede [antes que acabem, como os jornais]. e deve-se notar que quando se fala “rede”, hoje, a interpretação é inequívoca: trata-se da internet. e não da rede de rádio ou TV. e TV digital não muda este cenário em nada, até porque o canal de interação com a TV digital [se rolar, em escala] é a internet.
a frase do ministro, certamente dita num contexto festivo de abertura de um congresso de meios de comunicação em crise, mas no meio de uma crise econômica que afeta todos os meios de comunicação, tinha endereço certo: “animar” o setor. mas é inédita para um ministro de comunicações, sob cuja influência estão os programas nacionais de inclusão digital, de banda larga, de fazer com que a infraestrutura essencial do séc. XXI avance, no país, da forma mais ampla e rápida possível. e quanto mais infra, mais “jovens” pendurados na internet, e menos no sofá, vendo TV. quem viver, verá.