A versão 2013 do relatório da ITU sobre o estado da sociedade da informação acaba de ser publicado e é uma fonte inestimável de dados [e, se você quiser acreditar] previsões sobre o mundo digital, online, móvel. como a ITU só vê pessoas conectadas, na rede, seu relatório exclui, na prática, a internet das coisas. mesmo assim, não deixa de ser interessante dar uma olhada no texto e descobrir gráficos como…
…que mostra a verdadeira escalado do tráfego de dados a partir de 2012, com a perspectiva de smartphones e tablets responderem por ~90% do tráfego de dados móveis em 2017, que chegaria à espantosa [ou não?] quantidade de 11.2EB/mês. pra gente botar isso em perspectiva… sabe quanto é 1EB? EB abrevia exabyte, e um mero exabyte é o mesmo que um bilhão de gigabytes, que é a quantia com que estamos mais familiarizados: 1GB é um bilhão de bytes; 1EB representa a quantia, em bytes [oito bits, a unidade de informação, que tem valor o ou 1] equivalente ao algarismo 1 seguido de dezoito zeros. algo como um quintilhão de bytes. grande. e por mês, em 2017, oriundo do uso de algo como 6.5 bilhões de conexões de banda larga móvel. móvel, eu disse; móvel. fixo, em casa e no trabalho, não conta aqui.
simplificando as contas [que no caso de previsões, nunca são tão precisas mesmo], imagine que, em 2017, 6 bilhões de “usuários” vão “usar” 12EB/mês. isso dá 2GB de dados por mês, por usuário, botando quase todo o planeta na conta. caso você queira comparar, a média de cartas por habitante nos EUA, em 1810, era uma. e por ano. considere 500 palavras por carta; cada carta teria uns 3.000 caracteres. pra codificar um caractere, gasta-se um byte [outra aproximação], mas bote uns 5 mil por carta, ou 5KB, de tráfego, por americano, por ano. outro arredondamento nos daria, em 2017, 25GB por pessoa, por ano. comparou?… daqui a 4 anos, cada um de nós vai usar na rede, em média, 5 milhões de vezes mais informação do que um americano usava na sua rede da época, os correios, há 200 anos, em média.
será que temos muito mais capacidade de lidar com informação do que tínhamos há 200 anos? ou estamos só vendo a enxurrada de informação passar? a quanto disso tudo estamos realmente prestando atenção? que diferença esta informação toda tem feito, pra todo mundo [ou muita gente] em quase todos os recantos do planeta? se não estamos prontos para lidar com tudo isso… será que estaremos, um dia?
enquanto você reflete sobre a informação de que, este ano, só na web móvel, cada um de nós, em média, está processando de 500 mil a 1 milhão de vezes mais info do que os americanos médios tiravam de sua rede, os correios, há 200 anos, leia o relatório da ITU pra saber bem mais sobre o assunto… porque nós voltaremos ao tema, aqui, pra discutir outras facetas do problema [ou, quem sabe, solução]. até lá.