olhe bem para o gráfico abaixo, que mostra de onde estão vindo as palavras que os americanos lêem, vêem ou ouvem, nos últimos 50 anos.
em 2008, o que o americano médio absorveu de informação a partir de palavra impressa foi cerca de 1/3 do que rolava em 1960. a palavra mediada por computadores tinha, em 2008, a mesma importância, em volume, dos textos de 1960. resultado? somando os dois, leu-se muito mais, e não muito menos… e foram exatamente os computadores [e a rede] os responsáveis por botar TV de volta pra menos de 50% de importância, pela primeira vez desde os anos 60. isso é muito bom, mesmo que, por aqui, o ministro hélio costa ache que “os jovens deveriam ver mais TV”…
o estudo é da UCSD, e é mais uma evidência de que audiência já era. somos, sempre fomos, protagonistas e comunidades. e agora temos os meios. duvida? olhe o gráfico abaixo, do mesmo relatório, que mostra o número de bytes consumidos, por dia, por pessoa, nos EUA:
note que jogos já passam, em muito, TV, e deixam todo o resto, inclusive vídeo em todas as formas, lá no fim da linha. não é à toa que as maiores bandas do mundo, ao invés de chorar sobre o leite derramado dos Cds copiados, lançam seus registros sobre guitar hero e plataformas similares. guitar hero, aliás, tem tudo pra ser considerado uma das obras de arte mais importantes dos últimos 10 anos.
mas, pra muitos tipos de mídia, começa tudo de novo; se no começo da “indústria” do disco só havia gravadoras em londres, nova iorque e paris e, depois, no brasil, no rio, agora você tem que fazer sua canção aparecer no rock band pra você aparecer. e o caminho, apesar de curto, porque digital, ficou complexo de novo. cadê os brasileiros no guitar hero, em proporção à nossa importância no mundo?…
mesmo que confuso, o caminho das novas plataformas de suporte à mídia [esqueça MP3 como negócio…] tem que ser percorrido. porque cada vez menos gente parece estar disposta a pagar para “ouvir” ou “ver” você tocando num arquivo qualquer. isso é seu demo. o que tem por aí é muita gente a fim de pagar para “cantar com você”, no seu show ao vivo, ou “tocar com você”, ainda mais quando música for serviço [MaaS, Music as a Service].
o leitor poderia perguntar: e você, ouve o que? tá copiando MP3? não… ouço coisas como a bbc radio 1 e a hype machine. grátis e legais as duas, por sinal. e sabe o que mais? veja este post aqui pra descobrir como em breve, mesmo no brasil, elas [e mais tudo que está na rede] vão estar no rádio do meu carro…