o terceiro texto da série discutiu a previsão do gartner sobre a oportunidade de mercado para busca móvel em 2012; o segundo texto desta série tratou da previsão do gartner group de que localização em mobilidade vai ser o segundo mais importante entre os serviços móveis em 2012. o primeiro, de que tratamos no primeiro post da série, é celular-como-dinheiro, a transferência generalizada de valores entre quaisquer celulares e não só de pessoas físicas [nós] para jurídicas [lojas, etc.].
segundo a galera do gartner, a quarta maior oportunidade de negócios móveis em 2012 vai ser…
4: Mobile Browsing
Mobile browsing is a widely available technology present on more than 60 percent of handsets shipped in 2009, a percentage Gartner expects to rise to approximately 80 percent in 2013. Gartner has ranked mobile browsing No. 4 because of its broad appeal to all businesses. Mobile Web systems have the potential to offer a good return on investment. They involve much lower development costs than native code, reuse many existing skills and tools, and can be agile — both delivered and updated quickly. Therefore, the mobile Web will be a key part of most corporate business-to-consumer (B2C) mobile strategies.
…browsing móvel. aqui a gente não precisa discutir muito: em mais ou menos tempo, todos os celulares vão ter um browser, e um browser capaz de navegar competentemente na rede. hoje, 60% dos celulares já vêm com um browser; em 2013, a previsão é de 80%. por tudo que falamos nesta série, que envolve cada vez mais pessoas usando cada vez mais seus celulares para –literalmente- tudo, browsing móvel é um achado óbvio.
mas só é óbvio mesmo se houver modelos de uso –e pagamento- pelo uso da web, no celular, que façam sentido para aqueles 60% de celulares que têm browser. quer ver se faz sentido? vá em qualquer operadora móvel e procure um plano sem limite de download e veja quanto você pagaria por ele. difícil de achar, por aqui. descendo a escada das expectativas, pense que parcela da população, em um país como o brasil, teria renda livre para pagar cento e cinquenta reais por mês por duzentos mega de tráfego, mais um e cinquenta por cada megabyte adicional. muito pouca, muito pouca gente.
e isso é o que vai definir, em mercados periféricos como o nosso, o browsing móvel. podemos ter muitos anos de espera, por aqui, até que a conjunção de fatores regulatórios, tecnológicos, de mercado e renda pessoal habilitem o uso intenso de internet móvel. pode chegar aqui em 2012? sim, já está aqui, mas pra muito pouca gente; gente que já tem seus droids, dext e iPhone. mas por enquanto, por aqui, este povo é tão pouca gente que não vai mover o mundo. pelo menos não agora e certamente não o mundo móvel.
outra coisa que vai pegar, no negócio de mobile browsing, é a mudança das aplicações para dentro do browser, como software provido como serviço, para todos os usos e em todas as coisas. visto desta ótica, o painel de um carro é um browser e parte do que mostra é gerado pelos instrumentos no veículo; outra parte é uma combinação de informação local e global. generalize e você vai ver que muita coisa móvel, que precisa mostrar informação a seus usuários, poderia estar atrás de um browser.
isso por um lado; por outro, tudo o que se chamou de browsing [e applets, dentro deles], acima, pode acabar sendo widgets rodando diretamente na interface do celular. ainda por outro lado, o celular, como um todo [e sua interface “direta”], pode ser um browser… e por aí vai
se a previsão do gartner, de que mobile browsing vai ser a quarta maior oportunidade de negócios móveis em 2012, vai se tornar verdadeira ou não, não sabemos. a chance de dar certo na finlândia, neste prazo, é muito maior do que em pernambuco. mas uma coisa é certa: quem quiser ser visto, no longo prazo, na rede, tem que pensar seriamente em como ser visto –e como chamar a atenção- de quem está na web móvel.