SILVIO MEIRA

mobilidade: dez tendências para 2012 [8]

o gartner group fez um conjunto de dez previsões para o mercado de mobilidade em 2012, entre as quais está uma para propaganda móvel, que é…

8: Mobile Advertising
Mobile advertising in all regions is continuing to grow through the economic downturn, driven by interest from advertisers in this new opportunity and by the increased use of smartphones and the wireless Internet. Total spending on mobile advertising in 2008 was $530.2 million, which Gartner expects to will grow to $7.5 billion in 2012. Mobile advertising makes the top 10 list because it will be an important way to monetize content on the mobile Internet, offering free applications and services to end users. The mobile channel will be used as part of larger advertising campaigns in various media, including TV, radio, print and outdoors.

…de multiplicação do investimento em mobile advertising por um fator de 15 nos próximos três anos, de meio bilhão de dólares em 2008 para sete e meio bilhões em 2012. segundo o gartner, isso vai acontecer porque é preciso monetizar as ofertas de conteúdo móvel, que já estão e estarão sendo entregues, em volume muito maior, na internet móvel.

faz sentido: conecte propaganda móvel a serviços baseados em localização, busca móvel, navegação idem, serviços financeiros e NFC [ou comunicação a curta distância], que também fazem parte das dez previsões do gartner que estamos tratando neste blog, e você vai começar a ver a articulação entre muitas e importantes cadeias de valor em mobilidade. junte a isso a outras previsões, como a da strategy analytics de 84% de todo o tráfego da internet, em 2013, será na web móvel. se for verdade [parece muito, para daqui a tão pouco tempo], teremos boa parte de tudo o que rola na web fixa de hoje na web móvel de amanhã, incluindo propaganda. mas pode ser… basta termos bem mais, muito mais smartphones na mão de todo mundo.

isso porque os números americanos já mostram que os celulares da classe iPhone, de telas grandes e boa usabilidade, associados a contas de dados de volume ilimitado, são uma mão na roda para propaganda online, como mostra o gráfico abaixo:

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na web móvel, a porcentagem de usuários de iPhone que se lembra de ter visto um anúncio é quase três vezes a dos outros celulares e, no caso de anúncios em serviços baseados em localização, quase quatro vezes.

mas não só: como um número muito grande de serviços para o iPhone e os celulares android já mostra hoje, entregar propaganda [e conteúdo dirigido] baseada em localização junto com conteúdos e resultados pode ser um ponto de partida para muitos negócios ao redor de mobilidade. quer ver um exemplo? tente places directory for android, pra começar a entender as possibilidades, em parte mostradas nas imagens abaixo..

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a coisa é simples e nem original pretende ser. mas você nem precisa perguntar nada: trata-se de abrir a aplicação e selecionar, de um menu, o que pode estar perto de você, de bares e restaurantes a hotéis, postos de gasolina, estacionamentos, pontos de táxi e hospitais, tudo comentado e mapeado, direto com as instruções de como sair de onde você está para chegar lá. 

junte com marketing, propaganda e, eventualmente, ofertas: se você tem o cartão X, o restaurante Y, ali na esquina, oferece P% de desconto em um dos pratos do dia, se você reservar pela aplicação… para dentro dos próximos 45min. afinal de contas, você está perto e sabe disso. e o restaurante, depois que você clicar, também. e o prato do dia está pronto ou quase. presto.

as possibilidades são gigantescas. e a conversa é antiga. mas só agora, com o aumento muito significativo do número de contas de dados móveis a preços pagáveis [mas ainda não razoáveis] é que o mercado começa de fato a ser formado. meu celular [um droid, novinho] está associado a uma conta de dados de 600kbps de volume ilimitado, pela qual pago R$89 mais o custo de voz, SMS, roaming e por aí vai. ainda não se pode chamar de barato, mas é muito melhor do que trinta centavos por megabyte. isso vai cair de preço; todos os celulares do futuro próximo estarão na internet, porque é lá que tudo está, e não num portal qualquer de alguma tele, debaixo de algum protocolo que não seja IP.

image já se disse no blog, mais de uma vez, que num mundo totalmente IP tudo será aplicações sobre um conjunto padrão de infraestruturas e serviços básicos. o tudo inclui fixo –que já está todo sobre IP- e móvel, que ainda tem muita coisa peculiar, controlada integralmente pela operadora.

mas o mercado começa a ficar interessante, como mostra a app do usaToday aí ao lado, que entrega notícias e previsão do tempo localizadas nos EUA. e propaganda idem. e o melhor é que qualquer jornal, site ou TV pode fazer o seu, indepentemente da operadora, se o celular está na internet.

voz também vai passar pelo mesmo processo, se tornando uma simples aplicação. e vai haver serviços de voz gratuitos: limitados, certamente, patrocinados por um tempo, por alguém. propaganda móvel vai estar em todo canto simplesmente porque os celulares já estão em todo canto. é só esperar pra ver –e ler e ouvir- no seu, também.

neste mundo onde tudo se torna aplicação [fixa ou móvel, tanto faz] na internet… perguntaríamos você e eu: qual é o papel das operadoras? provedoras, por excelência, da infraestrutura e parte dos serviços de e para contectividade total, fixa e móvel? ainda não se sabe. mas uma resposta tentativa pode muito bem ser… as que conseguirem sobreviver, sim.

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Silvio Meira é cientista-chefe da TDS.company, professor extraordinário da CESAR.school e presidente do conselho do PortoDigital.org

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