O blog está publicando uma seleção comentada de tweets de @srlm sobre inovação e criatividade, empreendedorismo, novos negócios, coisas que nós deveríamos ter em muito maior escala e impacto por aqui. a lista de todos os posts já publicados está neste link. abaixo, o de hoje, que por sinal é o último da série. a partir de segunda o blog vai voltar a tratar coisas mais mundanas como o caos da [política de] informática, comunicações e internet no brasil. até lá.
15.12.12: inovação sob pressão: qual é o efeito da VÉSPERA, da pressa, até do desespero, nos processos de inovação? bit.ly/UYJHSe
pra começar, parece que há uma diferença fundamental entre pressa e desespero: tem quem tem uma, há quem tenha outra. em ambos os casos, os agentes podem estar se movimentando na mesma celeridade, mas os segundos não sabem para onde estão indo. inclua-se entre os primeiros.
mesmo assim, só pressa [às vezes confundida com desespero] já é suficiente para eliminar qualquer perspectiva de inovação em processos, produtos, o que for. danado é que o tema é difícil de estudar. quer ver? o tweet remete a um artigo de blair winsor onde se estuda uma empresa e cinco de seus projetos durante um período de 18 meses e se conclui que… a pressão do tempo, em empresas intensivas em projetos, elimina qualquer possibilidade de inovação. isso, pelo menos, na única empresa que foi analisada no estudo.
e winsor tem recomendações para evitar que isso ocorra:
1. evitar a pressa; tentar fazer com que os timestenham tempo para fazer projetos de forma apropriada;
2. criar tempo entre projetos, para os times refletirem sobre o que aconteceu no último e tentar fazer melhor no próximo [tempo para pensar] e…
3. garantir que todo projeto passa por uma análise a posteriori e que as lições [de, com, para inovação] aprendidas são levadas, pela organização como um todo, para os próximos projetos [tempo para aprender].
se desse tempo, acho que todo gerente minimamente consciente faria isso. danado é que nunca dá. outro resultado [este] mostra, a partir de experimentos e análise de 12.000 questionários, que as pessoas são mais criativas [um fator-chave para os processos de inovação] quando são motivadas por interesse no que estão fazendo, porque se divertem resolvendo o problema, se satisfazem quando encontram soluções e porque se sentem desafiadas pela dificuldade do trabalho propriamente dito. e não porque há pressões externas [como o tempo] ou incentivos [como mais dinheiro] para resolver o problema.
no link acima, teresa amabile nomeia tal efeito como o princípio da motivação intrínseca para criatividade.
tempo é quase tudo. é só o que você tem. a gente já disse isso neste link. pegue os problemas que querem que você resolva e os limite ao tempo que existe em você. ou então o problema não vai ter uma solução decente, vai ser tratado com uma gambiarra, e talvez nem isso. porque, pra fazer certas gambiarras [como a máquina automática de separar oreos…] gasta-se um tempo danado.