SILVIO MEIRA

negócios? sim, mas entre pessoas

Lá no passado não havia supermercados. ou fábricas. muito menos empresas de transporte ou hospedagem. as pessoas tinham que conseguir o que queriam [pois não sabiam, não podiam ou não tinham tempo para fazer] umas das outras. este é o metamodelo original para o que hoje chamamos de P2P. negócios [ou transações] entre pares, normalmente mediados por algum tipo de rede social, que habilita as conexões, relacionamentos e interações e ainda serve de substrato de confiança para as transações. que são de bem perto, por sinal. olhe para airBNB: redes de pessoas que querem uma casa ou um quarto,  por um prazo que varia de um dia a um ano, e não querem a experiência pasteurizada [mesmo dos melhores hotéis] e, pelo diferencial de hospedagem que conseguem, ainda vão pagar menos. nunca tentou? tente, nunca deu errado pra mim. e pode ser muito interessante do lado do fornecedor, também. olhe o gráfico abaixo…

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nos EUA e UK, quase 1/3 da população abaixo de 47 anos usou um serviço P2P para economizar dinheiro recentemente; mais de 1/3 da mesma faixa achou novas fontes de renda oferecendo algum serviço no mesmo modelo e muito mais de 1/3 aprendeu algo ou usou algum tipo de serviço de estranhos em plataformas P2P. isso é muito, para algo que não só deixou de existir há anos, ainda mais quando se leva em conta que, agora, o relacionamento é  com “estranhos”, gente que a gente achou na rede. este, claro, é apenas um dos efeitos das redes sociais na economia e na sociedade: como é que você iria alugar um quarto em londres, em julho, de um estranho, numa boa, sem todo o contexto –inclusive as referências- que a rede lhe dá, hoje?…

no canto do ringue estão as corporações. os gráficos do texto são de um relatório da JWT intelligence [travel: changing course, neste link] e as respostas abaixo dizem muito de um mundo em que as redes sociais tornaram as pessoas bem mais próximas e, em rede, em tempo real, começaram a entender melhor o que são as empresas e o que elas querem de nós, seus usuários. neste processo, um monte de negócios não sobreviverá: os que não entenderem que estão em rede, queiram ou não, irão primeiro. porque empresas são abstrações, em rede. depois, vão sumir as que, mesmo em rede, não tiverem uma performance “na rede”, “de rede”. o que sobrar estará e será em rede, ali no nível 9 de competência social. por que? olhe só a figura abaixo… 56% de todos os americanos e ingleses [68% entre os de menos de 34 anos!] acham que é massa as pessoas poderem evitar o relacionamento com negócios tradicionais através de plataformas P2P, realizando as coisas umas com as outras. leia as outras respostas você mesmo, enquanto pensa sobre o evitar da primeira.

algo me diz que estamos em um tempo de  grande oportunidade para as empresas que quiserem, de fato, mudar [e sobreviver]. descubra se você está numa delas, e rápido. se não, peça demissão agora. seu futuro pode depender disso…

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Silvio Meira é cientista-chefe da TDS.company, professor extraordinário da CESAR.school e presidente do conselho do PortoDigital.org

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