o consumidor conectado

imageo natal chegou, e não foi em dezembro não. pelas minhas contas visuais, foi lá pelo dia da criança, pelo visto na decoração de lojas e shoppings.

neste tempo de compras, onde parece que o verdadeiro espírito do natal sumiu [veja aqui porque, do ponto de vista das ficcões úteis, a gente talvez devesse reinserir o papai noel de volta no natal…] é quase certo que [se o leitor tem um smartphone e uma conta de dados de preço fixo] você já deve ter entrado numa loja, olhado um produto com cara de eu quero e, ato contínuo, pesquisado a coisa e comparado seus preços em múltiplas fontes.

de vinho a roupa, de TVs a laptops e aos próprios celulares. faço isso o tempo todo e, das duas uma: acabo levando o que quero da loja por um preço menor do que está anunciado ou, quando não consigo, compro na web. nas últimas vezes, quase sempre tenho levado o produto da loja por um preço que, se não igual ao da web [pois os lojistas sempre dizem que… “na internet as condições de fazer negócio são melhores do que nas lojas”], faz sentido do ponto de vista de custo de oportunidade.

se você acha que este pode vir a ser o comportamento natural dos brasileiros no médio prazo, pode apostar alto. são 19 milhões de smartphones agora, 35 milhões ano que vem e 107 milhões em 2014, segundo a qualcomm, que fabrica parte parte considerável dos chips que movem os telemóveis.

mas se você pensa que olhar preços e propriedades de produtos na web é a grande mudança de comportamento do consumidor conectado, móvel, instrumentado por ferramentas que diminuem, e muito, a assimetria de informação no mercado, deve ler um texto da strategy+business [que precisa de registro, mas é grátis], novinho em folha. começa assim…

You may not have heard of Shopkick yet, but it’s one of the best examples of the dramatic changes facing retailers now. An application that runs on iPhones, Shopkick pays consumers “kickbucks” — reward coupons — just for checking in when they enter a Best Buy, American Eagle, Macy’s, or other participating retailers. Additional kickbucks are available for performing particular actions — for example, scanning a poster on a store’s dressing room wall into the iPhone camera. The kickbucks can be redeemed for gift cards and donations to charitable causes. Moreover, when shoppers at Best Buy show their iPhones running Shopkick to the cashier, they receive instant discounts.

shopkick e kickbucks. imagine e combine: olhar, analisar, socializar [criar, sei lá… flash shopping mobs?], receber incentivos e, quem sabe, comprar. segundo a booz allen, que publica o strategy+business, alguma coisa entre 10 e 15% de todas as compras de varejo de 2010 nos .US, .UK, .DE e .FR deve ser infuenciadas por aplicações móveis como google goggles:

Retailers can tap into this feature to offer products, sales, and buying ideas. Consumers can vet pending purchases with their online network of friends, compare Web-based reviews and ratings, and see prices from a competing store down the street. American Apparel, Best Buy, Dell, Macy’s, Sears, and Walmart use Facebook in this way now. In the Booz & Company survey, upward of 85 percent of customers said that retailers should do more to integrate social networking into their m-commerce offerings.

olhe o fim do parágrafo: mais de 85% dos consumidores pesquisados pela booz allen diz que o varejo tem que fazer mais [no caso do brasil, eu diria bem mais] para integrar redes sociais nas suas ofertas de comércio móvel. isso é muito significativo. quer dizer que o consumidor já se entende dentro de um universo digital, conectado, móvel e [eu diria, o consumidor não diz, ainda], em pouco tempo, programável. o blog falou sobre a geração 65-Y [quem nasceu de 1965 pra cá] neste post, mostrando o slide abaixo [sobre as gerações recentes e do futuro próximo e suas relações com as plataformas de comunicação e conectividade], de uma palestra cujo link está lá, tocando exatamente neste assunto.

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o montante do comércio varejista que já afetada pelo “digital, conectado, móvel” só nos quatro países mencionados é perto de US$340 bilhões. isso é muito, mais ainda muito pouco perto do que se pode esperar lá no fim da década, talvez cem vezes mais, dezenas de trilhões. e o varejo que [só] esperar pra ver vai estar, lamenta-se muito, no caminho do grande cemitério dos CNPJ. pra saber como não ir pra lá no período, comece por ler o bom texto da strategy+business. e feliz natal [digital], cortesia de angry birds.

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