craig mundie, responsável pela pesquisa e estratégia [e pelo futuro] da microsoft, está apostando que sistemas computacionais até 100 vezes mais potentes do que hoje estarão disponíveis em 2013. e estas coisas vão gastar tanta [ou menos] energia do que os chips atuais.
as implicações podem ser espetaculares. reconhecimento de voz, faces e atitudes pela porta da sua casa, feita por um “sistema” que exerceria, no futuro, um papel muito mais sofisticado do que as fechaduras atuais. sem falar nas possibilidades no carro, elevador, fogão, geladeira, cama… enfim, onde houver uma “coisa”, é capaz de em breve ela ser computacional e se comunicar conosco e com outras coisas, pela rede. usando visão, audição e voz.
meu ceticismo sobre tais “avanços”, em tão curto espaço de tempo, é grande. mas pode ser só por causa do tempo. claro que vai ser muito mais confortável e interessante se, no futuro, não precisarmos carregar e usar chaves de nenhum tipo, pois sistemas de acesso suficientemente capazes e ubíquos [espalhados por toda a sociedade] nos reconheceriam e, em função de diretivas e restrições a eles associadas, nos deixaram passar por aqui ou por ali, quando fosse o caso. ou não.
mas os cenários de futuro construídos pela turma de mundie não param por aí. o mesmo tipo de capacidade computacional poderá ser usado, segundo a turma dos laboratórios da microsoft, para transformar o que hoje é seu PC ou laptop num “assistente pessoal”. ou, como se constumava dizer no passado, numa secretária. como assim?
o mercado de PCs vai começar a ser cada vez mais de reposição. como crescer vendendo software [ou serviços de software] como windows e office? procurando outras coisas que todo mundo “vai querer” e tornando realidade. e a microsoft acha que muita gente gostaria de ter uma “secretária eletrônica” que pudesse resolver reuniões, viagens, pagar contas, lembrar do aniversário de casamento, comprar presentes e por aí vai, sem que você tivesse que interagir com uma interface computacional das que temos hoje. se vai pegar ou não, é outra conversa. mas tem uma chance muito grande de estar bem perto de você, num futuro bem próximo.
acima, uma reprodução de como “laura”, o protótipo de secretária eletrônica da microsoft, vê o mundo hoje. laura é apenas uma das inovações que a microsoft e muitas outras empresas podem trazer ao mercado no futuro próximo. de 1965 até 2005, a capacidade computacional pelo mesmo preço aumentou cerca de um bilhão de vezes. o super-computador do MIT, de 1965, era 1.000 vezes menos potente do que um celular sofisticado de quatro anos atrás. e outro aumento de capacidade da mesma classe, um bilhão de vezes pelo mesmo preço, deve rolar entre 2005 e 2030, encurtando em 15 anos o tempo para tal avanço.
se conseguirmos fazer software que vai usar apropriadamente tal capacidade computacional do futuro próximo, não só sua secretária poderá ser eletrônica, mas o motorista e o cobrador do ônibus, o taxista, o operador de call center… e, quem sabe, até uma parte dos professores? mesmo hoje, e com todos os problemas que ainda temos que resolver nos programas que nos rodeiam, não é difícil “escrever”, em software, um professor que tira mais que zero num teste de sua própria matéria…