…do futuro, segundo uma série publicada na popsci.com, passam –pra começar- pelo anúncio abaixo…
…de piloto espacial. este futuro já esteve na moda no passado, nas décadas de 50 e 60, quando o sonho de muito garoto [e de adolescentes de minha geração, no brasil da década de 70] era ser astronauta. falando nisso, cadê o “astronauta brasileiro”, que se pirulitou da tropa assim que reentrou na atmosfera?
este novo piloto espacial não é de naves estatais, mas privadas, que devem começar a voar de brincadeira [turismo suborbital] lá pra 2020 e muito a sério e levando executivos ao invés de gente a passeio uns 10, 20 anos depois. pelo menos é nisso que se acredita hoje, no compasso de new york a tokyo num pulo.
mas a lista de popsci tem outras coisas mais na linha do blog, como “forecaster of everything”, parecido com o que discutimos aqui quando falamos de “big data” e simulação nos negócios.
curiosamente, pouquíssima gente sabe estatística como deveria e parece [garante o US bureau of labour] que a demanda por estatísticos nos EUA vai crescer 20% até 2018.
o dilúvio de dados e a necessidade de analisá-lo e de lá extrair informação e conhecimento essencial para o negócio vão garantir a demanda para quem tiver este tipo de competência. veja o que o blog escreveu recentemente sobre esta demanda neste e neste link.
e nem pense que isso passa longe de software: software está na base de tudo o que tenha a ver com tratamento [de grandes volumes] de dados e será muito mais empregável quem, além de saber estatística como poucos, souber muito mais de software do que muitos que só sabem o “basicão”.
este blog, aliás, escreveu sobre isso neste link, o que gerou uma discussão sobre o “valor” dos engenheiros de software [na maior parte da conversa, dos “programadores”], para o que vale o alerta abaixo, vindo de um comentário meu no debate:
…a maior parte do software sendo escrito no planeta, hoje, é IRRELEVANTE, como as dezenas de milhares [só?…] de “folhas de pagamento” sendo contínua e concorrentemente desenvolvidas e em evolução no brasil [só pra falar daqui]. este software “commodity” e completamente desnecessário [em seu estado atual] tende -e pode- ser desenvolvido por competências muito abaixo do que um graduado em computação tem ou deveria ter.
na verdade, tal tipo de software -de especificações triviais- pode ser escrito por técnicos, que seriam remunerados como tal; como não há [por incompetência do setor educacional] técnicos em software, isso é feito por graduados que recebem a remuneração de… técnicos.
SE a pessoa é mesmo FORMADA em ciência da computação, engenharia da computação ou engenharia de software [ou em especialidades como "game design" e outras] não é o caso que esteja ganhando uma miséria, muito pelo contrário. a demanda é alta e os salários idem, e mundialmente.
agora, se só se tem o “diploma” de computação e só se sabe “programar sistemas triviais”… prepare-se: você é COMMODITY e será tratado e remunerado como tal.
e isso desconsidera o fato de que a maior parte do software do futuro vai estar na nuvem, ser provido como serviço e ter apenas umas poucas instâncias de desenvolvimento, ao invés da miríade que hoje vemos.
do ponto de vista do seu [e do meu] trabalho, parta do princípio que tudo é software, coisa que todo mundo sabe ou vai saber fazer [de uma forma ou de outra, com mais ou menos competência] e que você vai se diferenciar porque é mais competente do que todo mundo em certos tipos de software e [ou] certos tipos de competência [como estatística] que se tornam, mais hora menos hora, software, e vá lendo a conversa.
outra ocupação que se crê em grande demanda ao redor do fim da década é a de “desenhista de órgãos”. humanos, claro. pois o negócio de transplante é muito complicado, implica em longas esperas, rejeição, etc., apesar de todos os avanços desde christian barnard. a idéia revolucionária, já sendo testada agora, é criar órgãos de reposição a partir de você mesmo e, quem sabe, reprogramar [software!…] o novo para funcionar de forma muito mais eficaz do que fazia aquela parte do corpo que está sendo substituída.
e já que você vai mesmo mexer no [seu] sistema desta forma, talvez vá ser o caso de inserir funcionalidade e performance que não estavam por lá no original. por que não?…
afinal de contas, tudo é software e eu e você também. melhor se acostumar com a idéia e, quem sabe, usá-la de forma eficaz e eficiente.
em 2030 e depois, estima-se que passe a haver uma demanda para especialistas em interação humano-robô, tal a quantidade, sofisticação, complexidade e pervasividade dos robôs na sociedade.
pra isso funcionar como deveria, a nosso serviço, não seremos nós [humanos normais] que teremos que entender de robôs e suas mazelas e quizílias, mas haverá, ou deverá haver, gente muito competente nos processos de desenho e construção de robôs que tornem a nossa vida muito mais simples sem que precisemos nos tornar, por outro lado, especialistas na matéria.
de novo, quase tudo isso é software, pois o hardware que realmente roda a coisa e faz tudo funcionar será rapidamente comoditizado e a maior parte da agregação de valor será a feita pelo software básico e aplicativos “rodando” no robô. a menos, claro, que os robôs de que falamos sejam da apple, quando… bem, vamos deixar isso pra lá, pelo menos por enquanto.
a lista de popsci é maior do que estamos tratando aqui e termina com uma profissão prevista pra começar a ter demanda em duas décadas: “thought hacker”. literalmente, tratar-se-ia de especialistas em intervenções mentais. gente que tenha a capacidade de entender como e porque as coisas [no cérebro] são o que são e como comportamentos e estados mentais são gerados a partir daí para… mexendo com o software [!] por trás de tais processos, corrigir ou induzir estados mentais.
isso vai dar o que falar e muito mais o que fazer. pense em “consertar”, no software, comportamentos agressivos ou depressivos. ou “fazer” cursos sem ter que gastar meses, anos aprendendo, mas hacking direto na base cerebral [de dados, conexões e software]. isso pega. se alguma coisa minimamente parecida começar a se tornar possível dentro dos próximos vinte anos, imagine a revolução na educação, trabalho, comunicação, mídia, manipulação [de pessoas, comunidades e opiniões}, saúde e por aí vai.
é esperar pra ver… ou pra ser programado.ou melhor, pra programar. já se disse mais de uma vez neste blog que o futuro será dividido entre duas espécies de seres humanos: os programadores e os programados. como o futuro ainda vai levar um certo tempo pra acontecer, ainda dá pra escolher em que lado você vai [tentar] estar.