segunda, 26 de julho, vai rolar o primeiro debate online entre candidatos a eleições presidenciais no brasil. e não vai ser um debate qualquer: a idéia é ter um debate amplo, geral e irrestrito [ou quase] com a comunidade, na web. atente para o “comunidade”, na web, ao invés de “audiência”. tudo bem que haverá uma editoria selecionando as perguntas que estarão vindo da rede; mas as perguntas, feitas em aberto, na rede, podem ter sua própria vida e impacto, independentemente do que os selecionadores definirem.
a interação com o público, no debate, está descrita neste link e passa [entre outros] por mandar um tweet mencionando @terra_eleicoes, que será capturado, agregado a outros do mesmo teor e levado à discussão na segunda, 26. a esta altura do campeonato, já há um monte de indagações esperando os candidatos, às quais eu vou agregar umas outras neste blog, todas bem curtas, no estilo do twitter.
minhas perguntas estão todas relacionadas à rede, à web, seu uso para empoderar a sociedade, a cidadania e os negócios, às coisas do dia a dia que começamos a viver nesta infraestrutura que tão bem caracteriza –para quem está dentro e usando competentemente- nosso tempo. vamos lá; até segunda minhas perguntas, umas dez, vão aparecer aqui, em série.
senhor[a] candidat[o/a]…
1. qual é seu plano de universalização de acesso à rede, como vai ser implementando, financiado e sustentado?
pra responder, o postulante ao cargo máximo de gestão do país deveria ter lido coisas como minha pequena receita de um brasil digital, de 2006, onde começo dizendo que… “Nos próximos anos, quem não tiver banda larga não terá internet. Como chegaremos lá se estamos, ainda, com apenas 10% dos brasileiros na rede?… Pode ser mais fácil do que parece, se conseguirmos seguir uma receita bem simples…”. receita que, aliás, não foi usada pelo governo atual nos últimos quatro anos…
também é preciso entender como anda a rede no .BR; como? lendo o excelente comunicado do IPEA sobre o assunto, comentado por @srlm e @fabiolacidral aqui neste podcast. isso deve ser feito, quase que necessariamente, comparando com o que ocorre no planeta, onde o brasil anda caindo nos rankings mundiais de competitividade digital, como o do economist, onde descemos mais duas posições, caindo para 42o. e ficando atrás do chile, grécia, hungria, malásia, áfrica do sul e méxico, por exemplo.
e não se pode esquecer que o governo de plantão tem um plano, o PNBL: seja da situação ou oposição, qualquer candidato tem que entender “qual é a do PNBL”. na minha opinião, o plano tem a jeitão de [e pode vir a ser] um novo “plano de integração nacional” que, se executado com um mínimo de competência, pode dar muito, muito certo. ao governo atual, o crédito de ter proposto o PNBL; mas quem governar a partir do ano que vem terá que adaptá-lo às suas condições políticas, de investimento e gestão e fazer algo do tamanho do brasil sobre ele.
* * *
bom, isso é pra começar. imagino que os candidatos tenham um dever de casa pelo menos deste porte para cada pergunta que lhes seja feita sobre os grandes temas de interesse nacional… e que será impossível obter de cada um, mesmo dos mais preparados, uma resposta articulada, na ponta da língua, para as dezenas, centenas de temas que preocupam o país, as pessoas, as empresas, a sociedade civil… desde o déficit da previdência ao no mercado de commodities agrícolas e o programa espacial, passando pela universalização do esgoto tratado nas casas, algo tão importante, pelo menos, quanto o acesso à rede em banda larga.
mas todos e todas têm que saber, pelo menos, quais são as perguntas que nós –do lado de cá das urnas- consideramos importantes e relevantes. e nós todos, dada a oportunidade de um debate público, aberto e em rede, não podemos deixar de expressar nossas preocupações, na forma de perguntas que exijam uma reflexão sincera e resposta séria, possível de ser transformada em planos, projetos, investimentos e realidades, se o candidato ou candidata se tornar presidente.