Precisamos tirar as escolas do Século XIV

A pandemia acelerou um monte de coisas, de processos, na vida da gente. Da economia, passando pela cultura, lazer, saúde –essa nem se fala– e a educação…. Em todos esses contextos, “acelerar ou antecipar processos” não quer dizer necessariamente inovar. Não é porque se trocou a lousa física pelo PowerPoint ou smartboard ou por ambos, por exemplo, que está rolando uma transformação digital, nem na sala de aula nem na educação. Em muitos casos, apesar da introdução de novas tecnologias, estamos ainda mais analógicos.

Mas ninguém há de ser contra a introdução de tecnologia na sala de aula, no processo de aprendizagem ou no sistema educacional… e muito menos esperar para introduzir tecnologia apenas quando se descobrir por que, para que e como usá-la. Para descobrir, é preciso criar estratégias mínimas viáveis e testá-las em algum contexto minimamente representativo no processo de aprendizado.

Só que, na maioria das vezes, especialmente no setor público, leva-se anos para especificar alguma tecnologia [sem qualquer estratégia, mínima ou não], outros tantos anos para adquirir uma especificação velha, que estará obsoleta como tecnologia assim que for entregue… e será inservível como infraestrutura do processo educacional não porque é inservível como tecnologia, mas porque não haverá uma estratégia para ela no processo, o que normalmente é o caso porque não há uma estratégia do processo. Como é que se quebra esse ciclo vicioso, que ronda as tentativas de inovação na educação [brasileira] há décadas?

Em primeiro lugar, é preciso definir inovação apropriadamente. Olhando como os professores… se não temos a visão, contexto e entendimento apropriado de um conceito, como criar oportunidades de aprendizado para que as pessoas o entendam e o apliquem na prática? Pois inovação é, ao mesmo tempo, uma das leis da gravidade da sociedade, não tem uma equação para explicitá-la, mas tem definições demais. E quem tem definições demais, não tem nenhuma.

Entre tantas definições alternativas, abraço o ponto de vista de Peter Drucker: inovação é a mudança de comportamento de agentes, no mercado, como fornecedores e consumidores de qualquer coisa. Pode ser um mercado de ideias, religiões, filosofias, propostas políticas ou alternativas práticas de processos de aprendizado. Se usarmos essa definição de inovação, descobrimos, por exemplo, que a introdução de um número muito grande de artefatos tecnológicos no sistema educacional e de aprendizado não promoveu inovação nenhuma. O famoso smartboard, o quadro branco digital, provocou que mudança no comportamento de alunos e professores? Nenhuma, absolutamente nenhuma. Em lugar nenhum.

Para mudar o comportamento das pessoas, é preciso 1. descobrir o que não se sabe sobre o que está se tentando mudar e, a partir daí 2. criar ou descobrir hipóteses sobre como mudar o que se quer, ou criar algo novo, a partir do que já existe, e para isso deve-se 3. realizar experimentos para testar a validade das hipóteses em pequena escala [como um subconjunto dos alunos de uma sala de aula] e baixa resolução [sem toda a performance e qualidade do que se desejaria num produto ou serviço “pronto”].  Uma vez validadas as hipóteses, seria a hora de descobrir como 4. transformar os experimentos validados em parte do processo em alguma parte de uma ou poucas escolas… para, a partir da validação adicional do que, lá atrás, foram hipóteses, depois validades por experimentos, e agora são funções de partes limitadas do sistema…  5. tentar atingir escala para muitas salas de aulas, turmas, escolas inteiras, sistemas educacionais… e assim por diante, ao mesmo tempo em que se trabalha para atingir sustentabilidade do processo como um todo. Sustentabilidade já deve ser parte da caminhada lá atrás, quando a gente está começando a tratar das hipóteses para mudar o mundo…

Mudar o mundo, em qualquer uma de suas facetas, exige alternativas que são repetíveis, escaláveis e sustentáveis. Do ponto de vista da infosfera -e rede de tecnologias de informação e comunicação e dos dados e performances que estão “lá”…- estas alternativas vinham sendo construídas há um quarto de século, algumas delas há muito mais tempo.

Na pandemia, não foi introduzida nenhuma nova tecnologia. Sabemos disso, até porque não deu tempo. A pandemia não foi combinada com ninguém e estar “preparado” para algo parecido, quando ela começou, se deu por mero acaso. O número de novas tecnologias introduzidas na pandemia foi zero. Mas houve uma supressão dramática do espaço físico, de forma ampla,  e síncrona.

Aí, aconteceu um grande experimento global, ou uma grande rede de experimentos globais, não necessariamente conectados uns aos outros, que levaram as pessoas a descobrir, entender e usar, da forma que bem entendiam e dentro dos limites de suas possibilidades, ferramentas disponíveis desde o começo da internet: streaming de vídeo, ambientes interativos de apresentação, discussão e colaboração, quadros brancos e sistemas de escrita virtuais compartilhados, coisas que temos desde o começo da rede. Algumas delas, lá no começo, com nomes bonitos, como sky writing.

De repente, todo mundo aprendeu a usar GoogleDocs, Office360, Teams, Zoom, a fazer e submeter exercícios e provas online, fazer arguições pela rede e assim por diante. As pessoas tiveram de aprender a usar ferramentas digitais a partir de um choque, causado pela perda repentina do espaço físico, e todo mundo ao mesmo tempo. E o método para aprender isso na velocidade que a crise se desenrolava no começo de 2020 foi o velho ABC: aprendizado baseado no caos. Não o caos como método, mas como contexto, como oportunidade, como força criadora e determinante do processo. Não sabendo fazer de outro jeito, fizemos de qualquer jeito. E o qualquer jeito, quase sempre, foi imitar a sala de aula no “zoom” ao qual tínhamos acesso.

A sala de aula, como parte do processo de aprendizado, deriva diretamente dos mosteiros da Idade Média, aumentados e amplificados pela linha de produção de Henry Ford, com métricas de Frederick Taylor, e isso em um ambiente prisional, cercado por uma grade curricular. Na pandemia, a realização digital, criada pela possibilidade idem, o que fizemos foi pegar esse ambiente e colocar online. E o que aconteceu? O aluno que poderia ser advertido por não prestar atenção à aula, na sala presencial, agora está em casa e, se tiver várias telas à sua frente, estará cconcentrado naquela em que um professor escreve à mão, com letra sofrível, e|ou horrível se for com um mouse em uma tela de baixa resolução, em um slide branco de PowerPoint, “dando a mesma aula” que dava em 1971?… Não, né?…

Essa aula em que o professor vai para uma sala de alunos em cadeiras enfileiradas e copia o livro no quadro, para que os alunos copiem no caderno, e depois regurgitem nas provas, é de antes de Gutemberg, antes da primeira metade do século XV. Depois de Gutemberg, a “aula” já deveria ter mudado; a indústria da informação começava ali e, se antes era escassa, em pergaminhos, depois da prensa de tipos móveis a informação começava a se tornar abundante, replicada em escala. Mesmo que déssemos 500 anos para a universalização do livro-texto… a educação -e a sala de aula da repetição do livro texto no quadro- já deveriam ter mudado radicalmente no século XX.

Há pelo menos 50 anos, a “aula” deveria ser um ambiente de aprendizagem diferente da idade média. No mínimo dos mínimos, os alunos deveriam ler o assunto da “aula” nos livros-texto, tentar entender o que está lá e se preparar para discutir o que entenderam -e o que não- com o professor e outros facilitadores e habilitadores, dirimir  dúvidas, em um ambiente de construção coletiva de conhecimento. Ao invés de serem pegos de surpresa por algo que nunca viram e que tentarão “copiar”, fisica e mentalmente, no curto espaço de tempo da tal da aula.

Se o ambiente da “escola” fosse de conhecimento, e não de repetição ou puro e simples treinamento… os aprendizes deveriam, lá, criar conhecimento de fato, ou no mínimo situá-lo no seu contexto. E isso não deveria ser feito de uma forma repetitiva, circular [todo ano, toda turma, da mesma idade, faz a mesma coisa], mas interativa [em rede], iterativa [em ciclos] e incremental [agregando ao que já foi feito antes, no mesmo contexto]. Mas não é o que acontece. Mesmo que se “inverta” a sala de aula, manter uma autoridade -o professor- no papel de repositório de conhecimento e dominando o processo de sua “transmissão” para os alunos… elimina a maior parte das oportunidades de aprendizado.

É difícil imaginar que, em um ambiente de abundância de informação, onde existem milhares de vídeos [muitos deles muito bons] em repositórios como YouTube sobre absolutamente qualquer tema, seja um grande prazer ir para uma aula para ouvir um professor que está tentando apresentar uma demonstração de um teorema, na hora, da cabeça dele, e esquece um passo no meio do processo… [quem nunca viu?]… Quando algo parecido com isso acontece, ou quando a aula é meramente repetitiva, por mais que o professor entenda o assunto… os alunos se desengajam, se perdem nos seus próprios pensamentos, ficam perdidos, deixam de perceber o que está acontecendo e nunca mais vão aprender aquilo. Quando falamos da sala de aula de hoje, realmente não estamos falando de ambiente de aprendizado.

Luciano Meira costuma dizer que a aula morreu, ao que complemento: a aula morreu e virou um zumbi digital na internet. Fosse um personagem de um filme de terror, tentando apavorar seres humanos indefesos, presos numa sala de aula virtual, era capaz de ser o classzoombie.

Nós tivemos, com a pandemia, uma gigantesca oportunidade de aprender que a [sala de] aula não funciona mais. Nem offline, nem online. E dizer que temos de voltar à sala de aula -física, e como ela foi nos últimos séculos-, para voltar à educação que “funciona”, é o mesmo que dizer que devemos voltar para antes de 1346, que é o ano em que começou a Peste na Europa. A educação -suas fundações, métodos, processos, plataformas- precisa dar um salto -em muitas dimensões- para além da pandemia. E além da pandemia de 1346. E esse é, talvez, o maior problema dos sistemas e dos agentes educacionais.

Como contraponto, o que acontece nas graduações de computação e design de uma escola como a CESAR.school? Ao invés de certificados, diplomas e grades curriculares, a escola usa uma combinação de Problem Based Learning com Learning by Development, em projetos que tratam problemas [quase] reais, em contextos idem, e trabalhando em times [Team Based Learning], como acontece no que nós poderíamos chamar da “vida real”, para desenvolver competências e habilidades nos aprendizes. Para funcionar nesse novo “modo”, os alunos têm que mudar seu comportamento em relação ao que conheciam e faziam lá no ensino médio.

Mas há que mudar, também e muito, a mentalidade e a atitude do professor, que não deveria ir à CESAR.school para “dar aula” e ponto final. Os alunos estudam, debatem entre si… debatem com o professor, no contexto de seus projetos, que “puxam” o conteúdo que precisa ser usado para resolver os problemas de uma entrega de solução em contexto real… evoluem as soluções [e quase sempre os problemas], fazem uma defesa de projeto por semestre, e estão o tempo todo trabalhando. Toda boa empresa é uma boa escola. E toda boa escola parece muito -não com uma boa empresa- mas com uma instituição real, da economia e sociedade, onde os alunos da escola vão exercer suas performances quando saírem… da escola.

Em Rainbowns End [de Vernor Vinge, um livro de história do futuro próximo], as primeiras semanas de “aula” das crianças, ao entrarem na “escola” é dedicada a aprender resolver o problema de localização de artefatos [textos, imagens, livros, táxis…] no universo figital, usando máquinas de busca de forma cognitiva e consciente. Isso já deveria ser aprendido na escola, no Brasil e no mundo, hoje. Simplesmente porque as pessoas -de todas idades vão precisar desta competência e das habilidades a ela associadas. E por que aprender “busca” ou qualquer outra coisa na escola? Simplesmente porque não é o mesmo que andar de bicicleta… pois há métodos, processos, cuidados, filtros, limites e usos para busca e a informação que ela recupera… que quase ninguém aprende por si só.

Estudos mostram que a familiaridade dos “nativos digitais” com tecnologias digitais é superficial: a maioria é incapaz de entender ambiguidade em textos online, localizar materiais confiáveis, avaliar credibilidade de fontes e distinguir fatos de opiniões [veja bbc.in/3vHuv1q].

Não é raro encontrar alunos de pós-graduação que não sabem fazer busca -no nível de sofisticação exigido de uma pesquisa científica- na internet. São pessoas de 25 anos, que nasceram com a internet, mas que ainda só têm conhecimentos rudimentares de busca, uma ferramenta-chave do mundo figital. Não é aceitável que este seja o caso, até porque, para um aprendiz, a rede é a maior biblioteca caótica do mundo, ao alcance de um click. E quem bota ordem no caos na “biblioteca” é, justamente, busca… que deveria ser um conjunto de competências e habilidades básicas de todo mundo que passa pela escola… básica.

A escola é o lugar onde o aprendiz deveria se preparar para enfrentar os problemas do mundo. Em tese, pelo menos, é para isso que ela existe. É um engano pensar que as pessoas podem aprender tudo sozinhas, eficaz e eficientemente, mesmo sendo nativos num dado contexto no espaço-tempo. Ninguém aprende sozinho nas comunidades na floresta, no deserto ou na savana. Lá, cada um dos mais seniores são mentores, facilitadores, tutores. Toda a comunidade é uma escola, da vida e em tempo real. Hoje, no mundo digital, se pedirmos uma hierarquia de respostas de qualidade para uma pergunta nem tão complexa, é difícil encontrar alguém que a tenha a partir da web, pois isso exige fundamentos, métodos, técnicas e o uso apropriado de ferramentas várias.

Para descobrir respostas apropriadas para uma pergunta, na rede ou fora dela, é necessário o conhecimento mínimo do método científico, em si uma busca milenar da humanidade. O entendimento e uso prático, em escala, do método científico contemporâneo deixaria o mundo [felizmente] sem terraplanistas, cloroquinistas e negacionistas, e não só os do clima. O método científico, que talvez devesse ser o maior aprendizado de todos, na escola [e não é…], vacinaria o planeta contra a síndrome dos seres humanos resistentes a fatos e dados, que nos faz tanto mal, há tanto tempo.

Lá, ou sob outro ponto de vista aqui, na infosfera, há uma outra plataforma de conhecimento, habilitada pelo digital. Lá, é quase como se todas as áreas do conhecimento fossem subáreas do digital. É preciso saber muito, do digital, até e exatamente para entender o campo que é o seu foco de atuação, experimentação, aprendizado, ciência. O digital [um denominador, aqui, para as teorias e práticas de computação, comunicação e controle]  compartilha, hoje, um papel que em outros tempos já foi exclusividade da filosofia, matemática, física. Agora, sem entender como digital habilita os processos para refletir sobre, repensar e [re]construir de qualquer coisa, em qualquer área, qualquer um estará definitivamente atrasado -na teoria e na prática- dez, vinte, talvez cinquenta anos.

E uma das coisas que nós temos que entender é que aprendizado [online] digital não é a projeção do “quadro” da sala de aula no “zoom” e arguições orais de “câmera aberta” para avaliar se o “aluno” consegue repetir o que os professores repetiram, dos livros, na “aula”. Nem pets são treinados assim, mais. O futuro da educação não está em PPTs online. Nem na  educação à distância. E muito menos na aula presencial.

O futuro da educação virá do futuro. E a primeira coisa que a escola precisa fazer para começar a criar, experimentalmente, tal futuro, é saltar a pandemia. Aquela, de 1346.

Para dar tal salto, temos que entender, de uma vez por todas, que educação é um “negócio” de conhecimento. Negócio de Estado ou privado, mas negócio, e de conhecimento.

Nos negócios de conhecimento, vamos depender cada vez mais de conhecimento causal, que envolve a consciência e compreensão das relações de causa e efeito no mundo. O conhecimento causal é um dos componentes mais importantes da cognição humana, inseparável do pensamento e essencial para a sobrevivência. É o tipo de conhecimento que habilita um ator a prever o resultado de uma ação e dos mecanismos que a provocam, o que pode levar ao entendimento de como tentar alterar, deliberadamente, o estado do ambiente com intervenções pontuais ou sistêmicas.

Ainda mais, negócios são estratégias por definição: hoje -e há muito tempo, já- a gestão de negócios é um ciclo permanente e entrelaçado [o que quer dizer que os “passos” abaixo não são executados de forma sequencial] de…

  1. definir que mudanças fazer -é bom ter uma estratégia pra isso;
  2. transformar mudanças em operação -é fundamental ter estratégia pra isso;
  3. avaliar resultados e recomeçar -medir impactos e resultados da estratégia e voltar para 1.

Isso quer dizer que se a educação tem algum futuro, a cultura que temos e teremos que ter “lá” é uma estratégia de mudança; eu e André Neves escrevemos sobre isso na MIT SMR BRASIL e o texto está aberto, grátis, no link… bit.ly/TDSCstrat.

Entender as dimensões do futuro figital –físico, digital, social– da educação, numa sociedade e economia que já estão evoluindo nas mesmas três dimensões, é uma das condições sine qua non para construir o futuro da educação, ainda por cima levando em conta que, no futuro, quem não programa será programado. Entender, na teoria e na prática, de plataformas e ecossistemas figitais é outra condição para prospectar e descobrir futuros, e não só da e para a educação. Descobrir quais são os efeitos de rede que podem beneficiar os processos de aprendizado, as escolas e o sistema educacional, e como se pode -e talvez se deva- usá-los é mais uma condição para criar futuros figitais para a educação e dar um salto para depois da pandemia.

Saber competir e ao mesmo tempo cooperar, no mundo figital, quase certamente de forma assimétrica, é ainda outro fundamento. Entender que o mundo está mudando muito mais do que a escola e a educação, e que isso acontece em redes, e descobrir como transformar o aprendizado e o sistema educacional em uma rede de redes é outra fundação essencial para a mudança no sistema educacional. Agilidade, flexibilidade, velocidade… são parte essencial do repertório para mudar, mas ao mesmo tempo são só meios para chegar em algum lugar… e a descoberta deste lugar e dos possíveis caminhos para chegar lá dependem de uma estratégia de transformação.

Aprender é estratégia. É escolher o que, porque, quando, onde, com quem, pra que e como aprender. O sistema educacional, quase certamente começando pela periferia dele, precisa aprender, e alguma hora vai aprender, e começará a se transformar. Ou isso ou será substituído por outras instituições de criação de oportunidades de aprendizado que a sociedade já demanda mas ainda não aprendeu o que e como fazer.

E o melhor lugar para aprender, como estratégia, e recriar estratégias para aprender deveria ser, desde sempre, o sistema educacional. Tomara que aprenda. Rápido.

* * * * * * * * * * * * * * * * * * * *

André Neves e eu mesmo escrevemos um texto sobre a ESCOLA FIGITAL, que deveria estar começando a aparecer agora, em todo mundo, mas ainda tem dificuldades estruturais até para ser discutida como alternativa na maioria dos sistemas e instituições educacionais. Só que ela é incontornável, como você há de descobrir ao clicar no link… bit.ly/escolafigital. Boa leitura.

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Silvio Meira é cientista-chefe da TDS.company, professor extraordinário da CESAR.school e presidente do conselho do PortoDigital.org

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