Como vimos na previsão anterior [sobre o modo CART, aqui] o tempo que as pessoas gastam, na rede, é muito maior quando elas estão no smartphone ou tablet, para um grande número de aplicações, do que quando estão num PC. fotos, redes sociais, games e mapas são os exemplos mais radicais. e seu uso está associado a APPs: ninguém fica procurando um lugar e o caminho pra lá, enquanto dirige, usando um browser. muito menos jogando em um, ou mostrando fotos noutro. muito pelo contrário, usamos APPs para cada um destas funções.
só que APPs são como browsers: o APP de faceBook é uma espécie de browser de um sistema de informação [ou web fechada, se você quiser] chamado… faceBook. o mesmo vale para google maps, instagram… e por aí vai. games são diferentes: se há alguma [às vezes muita] ação fora do seu smartphone, na rede, um bocado de coisas rola no dispositivo que está na sua mão, e o tempo todo. e há APPs em que você não consegue identificar um ambiente em que você está navegando lá atrás, como whatSapp. dê um desconto pra coisas como esta e você verá, em cada APP, um browser de um sistema de informação.
isso é muito legal, porque quem escreve o sistema, lá atrás, escreve um browser de propósito específico, para aquele sistema, e pode tentar otimizar a experiência de uso para o seu sistema. e todo mundo tenta, ao ponto em que os usuários pensam que estão usando APPs, apenas, e não um sistema que tem um browser especial. e isso aumenta a complexidade do desenvolvimento e evolução de software, porque o browser, aliás, a APP…, tem que evoluir com o sistema [e vice-versa, claro]. isto posto, não há retorno no curto prazo para o uso de browsers de propósito geral, a menos que certos padrões e capacidades se tornem a norma, o que não parece ser o caso em nenhum curto prazo. especialmente no ambiente móvel.
e daí? daí que a rede, no futuro próximo, será “de APPs”; e a maior parte delas, por ainda muito tempo, isoladas entre si [só falam com “seu” sistema…]; e teremos que instalar muitas destas APPs em nossos dispositivos, pois os sistemas a que as APPs correspondem nem têm, no mais das vezes, uma versão que pode ser usada em um browser “normal”. muito acham que esta é a balcanização da web, e que poderia ser evitada por um grande esforço no estabelecimento de padrões. mas, na prática, a prática anda muito à frente dos padrões e, quando eles chegarem… padronizarão o que, exatamente?…
numa rede de APPs, muita gente acha que há um mercado, idem. mas não há. e não deveria ser novidade: e APPs são browsers de propósito específico; desde sempre, browsers são gratuitos… nunca ninguém conseguiu cobrar por um, não faz sentido fazer um browser pra vender. e a gente falou disso, e em relação a APPs, bem aqui neste link. leia, pra entender como é quase impossível ganhar dinheiro com um APP, sozinho, solto por aí. e os dados mais recentes são ainda mais radicais do que o do texto anterior aqui do blog, de mais de 2 anos atrás: 98% de todos os APPs de google play são gratuitos [92% no appstore…] . se você tiver um plano pra ganhar dinheiro com APPs, é bom entender que ninguém, em quase lugar nenhum, pagará pelo seu. há saídas? sim, há. muitas. mas você vai ter que ralar muito pra faturar os primeiros reais com sua [seu?] APP.
e… muitos reais, ou dólares? bem, isso vai ser ainda mais difícil. primeiro, trabalhe pro mundo; o brasil não está entre os 10 países que geram renda de APPs…
…e não é um dos dez que mais cresce…
…e todos os 10 APPs mais lucrativos, nos principais stores, com uma só exceção, eram games. e dos que têm compras dentro do jogo, e não dos pagos. coisa pra quem estiver pensando em ganhar algum “com APPs” pensar. e ficar bem esperto.
de resto, APPs e a internet das coisas estarão de mãos dadas no futuro próximo, e a gente [que perdeu boa parte das rendas do passado] deve prestar muita atenção nesta parada. já…, agora.