você vai querer usar um daqueles óculos “de google”. sim, os que, no futuro, hão de permitir que você seja parte, de verdade, da rede. ou que a rede seja parte de você, é só uma mudança de ponto de vista. mas você só vai usar a gambiarra de realidade aumentada de google se você não puder usar lentes de contato.
o coelho da imagem acima está testando [sim, coelhos “testam” muito do que tem a ver com olhos, para seres humanos] a primeira lente de contato conectada [com display de um só pixel, como se vê] usada por um animal. nada espetacular. por enquanto.
porque você tem que lembrar que a capacidade computacional pelo mesmo preço dobra a cada 18 meses. desde 1971, foram mais de 5 bilhões de vezes. pense numa lente destas daqui a vinte anos. em rainbows end, de vernor vinge, há um cenário muito interessante, levando as tais “lentes” em conta. e vinge é o cara que originou o conceito da “singularidade” informacional.
será que a primeira coisa que vamos [ou melhor, eles irão] aprender na “escola” de então será encontrar “coisas”? pontos num mapa, termos numa enciclopédia… e fazer operações com tais objetos… como “chamar um ponto”, por acaso chamado taxi, para vir até o ponto onde estou e me levar a outro ponto? simples, não? tudo online, conectado, móvel e programável. desde que autorizado, claro. . tipo… “nada de trazer todo mundo [seja lá o que isso for] para aquele protesto contra o governo municipal no marco zero”… poderia ser uma regra geral aqui no recife. e aí o sistema traria um bocado de gente [garantias democráticas…] mas nem todo mundo que quisesse vir, se esse mundo de gente fosse, digamos, muita gente.
num cenário destes, quem conseguiria [pelo menos tentar] furar o bloqueio? os programadores. o resto seria, só, programado. teria a ilusão de que controla muita coisa, claro. mas o sistema só os deixaria fazer o que ele, sistema, achasse que eles deveriam. o “sistema” claro, não precisa ser uma inteligência artificial acima de tudo e todos. pode ser software básico, que aceita comandos muito simples como limitar o acesso [por meio de transporte público ou pessoal] ao tal marco zero ao mínimo. ou ao número que confirme a ilusão de que muita gente esteve lá, mas não o suficiente [para causar impacto].
aí, você diria, é que mora o perigo. e é mesmo. o futuro, se sabe desde o começo dos tempos, é um lugar muito perigoso. principalmente para os despreparados. e, desde sempre, quase ninguém está, no presente, preparado para o futuro. curioso, não? porque, se uma coisa é certa, é que o presente será passado e que viveremos o resto das nossas vidas no futuro. e ele, o tal do futuro, nunca se engana. nós, sim.