A universidade de osaka, no japão, tem um projeto no mínimo curioso, o de robôs no teatro. em duas peças curtas dirigidas por oriza hirata, o trabalho passou pelos estados unidos em fevereiro. a primeira tem um andróide que recita poesias para uma doente terminal e a segunda, dois robôs que discutem vida e trabalho com um humano. você pode ver trechos abaixo, em japonês com legendas em inglês.
há quem ache que a fascinação dos japoneses com robôs é tecnológica, apenas. mas não, é pura necessidade. no brasil, temos 2 pessoas com menos de 15 anos para cada uma com mais de 60. no japão, a relação se inverteu há muito tempo e, lá, são quase 3 pessoas com mais de 60 anos para cada uma de 15 ou menos, como mostra a figura abaixo [do jornal VALOR, com dados do IBGE e notas do blog].
o resultado é que no japão, desde a execução de tarefas mais básicas e essenciais [normalmente realizadas por entrantes no mercado de trabalho] até o de pessoas para cuidar de idosos… não há gente. e projeções mostram que o japão, com o maior número de idosos como parte da população em 2050, no mundo, terá .26% de pessoas com mais de 100 anos de idade. mais de 272.000 centenários. quem há de cuidar deles? uma resposta possível é… robôs. dando certo lá, é capaz do japão, da mesma forma que tomou conta do mundo com carros na década de 70, faça o mesmo com robôs de 2020 pra frente. honda e toyota investem em robôs que servem chá e conversam de forma que parece inteligente com seres humanos. coisa pra japonês ver.
já em taiwan, a pesquisa foi na direção dos relacionamentos, robôs com os quais se espera que os humanos possam ter ligações que –para um observador distante?…- parecem com amor. o vídeo abaixo vai lhe explicar a ideia por trás de lovotics, a fusão de amor com robótica. vá ver: pode ser um negócio da china.
talvez os robôs não levem o menor jeito para a ação teatral, ainda, e que o espírito de shakespeare não dê a mínima para o que estão fazendo, mesmo que haja uma companhia de teatro com robôs fazendo um tour nos estados unidos.
mas olhe pra 2050. é lá mesmo que david levy, autor de love & sex with robots, aposta que vamos nos apaixonar por robots, que isso será a coisa mais natural do mundo e que sexo, entre humanos e robôs, será melhor do que entre humanos, puramente. se rolar, shakespeare não perde por esperar um hamlet “feito” pela honda… toyota ou alguma outra fábrica de automóveis. admirável teatro novo…