As eleições europeias de 2024 não foram apenas mais um ciclo eleitoral. Foram um terremoto político, com o TikTok como epicentro. Eu e Rosário Pompéia tratamos esse fenômeno em “As Redes Sociais e as Eleições na Europa“, um estudo que é mais alerta do que análise.
O TikTok não é apenas uma plataforma; pode ser e talvez esteja se tornando uma arma política. Políticos de extrema-direita como Jordan Bardella na França e Alice Weidel na Alemanha não apenas usaram a rede -eles a dominaram, transformando likes em votos com uma eficácia que deixou os partidos tradicionais no chinelo digital.
Mas isso é apenas a ponta do iceberg algorítmico. O estudo revela uma crise democrática em gestação há décadas, agora acelerada pela overdose de informação e pela subnutrição de confiança nas instituições.
E o Brasil? Não está imune. O apêndice do estudo é um alerta ao establishment político brasileiro: ou se adapta, evolui, se transforma, ou corre riscos nunca antes imaginados.
Este não é um paper acadêmico. É um manifesto para a ação. Para políticos, é um manual de sobrevivência. Para a sociedade civil, é um chamado 1a reflexão. Ler o estudo é o mínimo. Agir sobre ele pode já ser imperativo. Porque na era do TikTok (e das redes sociais e suas bolhas), a democracia ou se reinventa, ou corre o sério risco de virar trend. Passageira.