a violência no trânsito é problema global, mesmo onde há acentuado declínio de acidentes por quilômetro rodado. nos EUA as fatalidades diminuiram 3% [11%, na califórnia], entre 2010 e 2009. ao comparar com 2005, o número de vítimas fatais caiu 25%, graças à melhoria das condições das estradas, viaturas mais seguras e leis mais duras sobre a segurança de motoristas e passageiros nas estradas e ruas e, em geral, de todos as pessoas, animais e coisas nas vias trafegáveis. pra se ter uma ideia da evolução relativa das coisas, o los angeles times afirma que o número de mortos por drogas e seu ecossistema, nos EUA, é maior do que os casos letais no trânsito, desde 2009.
a frota daqui tem mais de 65 milhões de automóveis, caminhões e ônibus. nos EUA, são mais de 250 milhões. em 2010, foram 32.885 mortos lá [1/3 relacionada a álcool], e nós tivemos 40.610 mortes, segundo o SIM.MS. se bem que nossos dados são pouco confiáveis; veja um estudo sobre o brasil neste link, e note a disparidade dos dados de diversas fontes oficiais. mais dados? o brasil teve 40.974 assassinatos em 2010. e dados do DNIT dão conta de 182.900 acidentes nas rodovias federais em 2010, com 317.711 veículos envolvidos, resultando em 102.896 feridos e 8.616 mortos. só nos primeiros 9 meses de 2011, em todo o país, foram 42.224 casos de morte em acidentes de trânsito e outros 165.592 de invalidez. mais um dado? os 9 anos de guerra no iraque, desde 2003, mataram 162.000 pessoas; por ano, é menos de um terço dos mortos no trânsito do brasil.
e daí? o universo é cada vez mais interligado e programável, vivemos cada vez mais em [e como parte de] fluxos de informação. nestes fluxos, usamos e usaremos redes sociais para tudo, inclusive avisar onde está a blitz, como discutimos aqui no blog, informação que deveria ser usada para entregar a chave a outro motorista. qual motorista? em muito breve, o próprio carro. os carros sem motorista de google já "dirigiram" mais de 300.000km em ruas e estradas reais, sem qualquer auxílio humano. e sem nenhum acidente. mais cedo ou mais tarde, eles e outros carros "sem motorista" vão tomar conta da minha e da sua direção. ainda bem. vai ser melhor pra todo mundo. quando a gente quiser dirigir, aluga um carro num autódromo e, depois de passar em alguns testes básicos, vai poder fazer a besteira que quiser. veja o vídeo, e o parágrafo vai parecer realidade. mesmo.
em dezembro de 2011 e janeiro de 2012, o blog publica [ao contrário da norma, aqui] bits: textos pequenos, bem mais frequentes, sobre nossa [mundana] vida digital. ao invés dos raciocínios estruturados e interligados de costume, vamos nos ater a TRÊS parágrafos, no máximo. boa leitura.
PS, maio de 2014: do original deste texto pra cá, passamos a saber muito mais sobre os carros autônomos de google, como mostra o vídeo deste link; e não é so google que está querendo tirar os motoristas da direção, como mostra este vídeo sobre o comboio inteligente da volvo. o que nos leva à pergunta, dia destes, de danah boyd: será que meus netos aprenderão a dirigir? espero que não, ela mesmo responde…