há uma revolução silenciosa no mundo da TV, e não é pela via de agências reguladoras tentando dizer, sem qualquer fundamento, que youTube é TV, como discutimos recentemente neste blog. o que está transformando a TV é exatamente o que metia medo nos executivos das redes e emissoras de todo o mundo pelo menos desde o meio da década passada: os aparelhos de TV estão começando a se conectar à web, e muito rapidamente.
segundo dados da displaySearch, 21% de todos os aparelhos de TV vendidos no planeta em 2010 são conectáveis à internet, em boa parte por causa do japão e ásia. isso é muito e, apesar de ter crescido 38% em um ano, ainda não afeta os mercados emergentes como o nosso, para os quais se prevê um volume quatro vezes maior de TVs conectadas daqui até 2014, o tal ano da copa.
displaySearch ainda tenta definir o que seria uma smarTV, a TV conectada e que teria funcionalidades [para TV] similares às dos smartphones: 1. é capaz de se atualizar e acrescentar e mudar funcionalidades, como se fosse um smartphone; 2. pode receber [e eu acrescento “transmitir”] conteúdo da [e para] a web, ao invés de só se relacionar com as estações de TV e sites mediados por elas; 3. interface com usuário “avançada” [leia poderosa e simples] e 4. capacidade de se comunicar com outros dipositivos em rede na casa, através de interfaces que usem padrões abertos. com tantos “poderes”, smarTV vai vir com alguns efeitos colaterais indesejados… e um deles não é 3D, fracasso comercial do ponto de vista dos fabricantes.
nas casas de quem já tem uma TV conectada ou smarTV, 57% usa netflix [para vídeo sob demanda, em tempo real], 47% usa youTube e 54% usa a TV conectada para acessar fotos, música e vídeo na rede local da casa, além de outros serviços como hulu, pandora e grooveshark. segundo os responsáveis pela pesquisa…
"A lot of these services were already available on PCs and the key was to create a TV experience to access. It’s not about the Internet, per se. It’s about what the Internet can deliver. It has given rise to new entertainment and on-demand experience. Consumers are looking for that to supplement what they already have from cable and satellite providers”…
…um monte destes serviços já está disponível em PCs e a chave para seu uso na TV é a qualidade da experiência no dispositivo; não se trata da internet na TV, mas do que a web pode entregar via TV. os consumidores estão usando a rede para complementar o conteúdo que já têm dos provedores de TV via satélite e cabo.
se a displaySearch estiver certa, veremos smarTV rolar primeiro nas camadas da população de maior poder aquisitivo e suas telas de 50+ polegadas aqui no brasil, descendo paulatinamente pra cada vez mais gente em cada vez mais lugares, especialmente se as metas do centenário forem cumpridas e, até 2022, tivermos [mesmo] 100 megabit por segundo em tudo o quanto é casa.
pra saber o que é possível a 100 megabit por segundo e quais são os desafios para chegar lá… o plano americano para 2020 é ter 100mbps para 90% da população. vá ver. vai ver, passamos deles em 2022, com ou sem smarTV… e daí pra dominar o mundo é um pulo.